Depois de o segundo turno das eleições presidenciais de 2010 ter sido marcado pelo conservadorismo, assuntos polêmicos como descriminalização das drogas, legalização do aborto e união civil entre pessoas do mesmo sexo já começaram a ser explorados, a mais de um ano da eleição, no debate eleitoral antecipado. Apesar de alguns dirigentes partidários e candidatos terem posições favoráveis, esses temas costumam ser enterrados durante a campanha, em troca de apoio das igrejas evangélicas e católica, que têm sido decisivas para definir as eleições.
Dos quatro pré-candidatos a presidente da República no ano que vem, dois deles, a presidente Dilma Rousseff e o senador tucano Aécio Neves (MG), têm posições mais próximas da chamada linha progressista em alguns desses temas. Os outros dois, a ex-senadora Marina Silva (ainda sem partido) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), são mais afinados com os conservadores.
Em uma tentativa de reaproximação com a juventude, que se desconectou do PT e foi para as ruas em junho, o presidente nacional do partido, Rui Falcão, defendeu, no lançamento de sua candidatura à reeleição para o comando partidário, no último dia 13, a descriminalização das drogas leves e a "liberdade sexual". Ele sugeriu a inclusão desses pontos no programa de governo a ser proposto por Dilma Rousseff em sua campanha por um segundo mandato.
A descriminalização das drogas leves, como a maconha, porém, não é consenso no PT. Ex-ministro da Saúde, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que esse debate ainda tem de ser aprofundado: "Eu já tive posição mais forte em defesa da descriminalização das drogas leves, mas hoje não defendo com a mesma ênfase.Não há consenso dentro do partido, e a presidente Dilma, até o momento, também não manifestou essa ideia".
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