A volta do morto-vivo

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José Dirceu já contrata assessores e monta escritório para sua nova empreitada: reunir 1 milhão de assinaturas para apresentar projeto de lei de iniciativa popular propondo sua anistia. Precedente nada exemplar – Cassado em novembro, Dirceu tentará mobilizar militantes para legitimar precedente aberto pela anistia, em 95, de Humberto Lucena (PMDB). Havia sido cassado pelo TSE por usar a gráfica do Senado em campanha eleitoral. Congresso aprovou, e FH sancionou o perdão. Madalena petista – Na casa de Luiz Eduardo Greenhalgh, caciques do PT discutiram como acabar com a CPI dos Correios em fevereiro. Apontaram "telhado de vidro" do presidente da comissão, Delcídio Amaral (PT-MS), para constrangê-lo a "ajudar" o governo. Origem da pedra – A ameaça é do tempo em que Delcídio atuou como diretor da Petrobrás. Na reunião, líderes petistas na Câmara, o presidente do partido, Ricardo Berzoini, e o ministro Jaques Wagner. Máximo do mínimo – Palocci (Fazenda), antes refratário aos R$ 350, já concorda com o valor pedido pelas centrais sindicais, desde que seja concedido a partir de maio. Efeito bumerangue – Petistas acham que a decisão de Aldo Rebelo de instalar a CPI das Privatizações se voltará contra o governo. Temem que os atuais aliados PTB, PL e PP, que apoiavam FH, não indiquem membros para a comissão. Canoa furada – A declaração de Renan Calheiros de que nenhum dos pré-candidatos do PMDB "empolga" é a senha para nova estratégia da ala governista: se não dá para apoiar Lula, o melhor é liberar geral, ficando sem candidato. Complô da América – Antenor Madruga, da Recuperação de Ativos, isentou o Ministério da Justiça pela restrição de acesso a conta de Duda Mendonça. Culpa seria dos EUA. No mundo da ficção – Lula e Gil assinam decreto fazendo de Passo Fundo (RS), famosa por sua festa de livros, "capital nacional da literatura".

Desejo e temor – A bordo do AeroLula, presidente disse anteontem que, se Serra deixar a Prefeitura de São Paulo para se candidatar, vai "encerrar sua carreira política". Nas entrelinhas – Os convidados elogiaram o conforto do AeroLula e o pediram emprestado para as campanhas regionais. Lula respondeu que "até junho" usa o avião, mostrando-se candidatíssimo. Ensaio da orquestra – O bordão "meus amigos, minhas amigas" que Lula repetiu meia dúzia de vezes na tevê teve o dedo de João Santana. Deve fazer dupla com Paulo de Tarso Santos no lugar de Duda Mendonça na campanha petista. Proteína eleitoral – Para jantar de hoje com a bancada do PMDB no Senado, Lula pediu carne-de-sol no cardápio. É a dieta das proteínas, com a qual diz ter perdido 11 kg. Acordo camarada – Lula assinou decreto que sacramenta acordo com a Rússia de Putin para "pesquisa científica e estudos experimentais, visando a produção de material de emprego militar". Texto estava pronto havia quatro anos. No páreo – Políticos próximos a Alckmin procuraram Kassab para apagar o incêndio das declarações de correligionários do governador contra o vice de Serra. Siga o mestre – Secretário de Governo de Serra, Aloysio Nunes Ferreira entrou, com a bênção do chefe, na disputa pela vaga de candidato à sucessão de Alckmin.

TIROTEIO

* Do historiador Marco Antônio Villa sobre o périplo de Lula:

– Já li muitas coisas escabrosas na história republicana brasileira, mas nunca soube de alguém que inaugurou remendo de buraco em três comícios.