O advogado Luiz Gustavo Battaglin Maciel, que defende o traficante Juan Carlos Ramires Abadia, o Chupeta, informou nesta quarta-feira (3) que ele confessou em depoimento os crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção ativa cometidos no país. Abadia falou ao juiz Fausto Martins de Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal, durante cinco horas seguidas.
A primeira parte do depoimento foi encerrada pouco antes das 20h. Além do juiz, acompanharam a confissão a procuradora do Ministério Público Federal Thaméa Danelon Valiengo e os promotores estaduais Artur Lemes Pinto, Márcio Cristino e Roberto Porto.
O traficante negou durante depoimento ter sido extorquido por policiais de São Paulo. Segundo denúncias, policiais do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) teriam exigido dinheiro para soltar pessoas ligadas ao colombiano. O corregedor geral da Polícia Civil de São Paulo, Francisco de Souza Campos, disse que as denúncias são graves e estão sendo investigadas.
Na segunda parte do depoimento, ele está sendo interrogado pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e depois será ouvido pelo delegado da corregedoria da Polícia Federal, Fernando Costa Neto. Ele investiga se, para entrar no Brasil, Abadia subornou um agente da PF em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Entre os depoimentos, o advogado levou um lanche para o traficante. De acordo com ele, Abadia emagreceu dez quilos no presídio federal de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde está detido desde 11 de agosto. O traficante reencontrou nesta quarta a mulher dele, Yessica Paola Rojas Morales. Eles ficaram em celas separadas, mas conversaram rapidamente.
Esquema de segurança
Armados com fuzis e pistolas, quatro homens da PF que fazem escolta para o colombiano verificam nesta tarde o carro de uma lavanderia que teria quebrado perto do fórum. Enquanto Abadia é ouvido dentro do prédio, os policiais checam se o veículo realmente apresenta problemas mecânicos.
Das 10h às 14h, foi interrogada no fórum a mulher de Abadia. O colombiano chegou ao prédio por volta das 9h30 desta quarta. Preso em 7 de agosto, em sua mansão avaliada em R$ 2 milhões, na Aldeia da Serra, na Grande São Paulo, Abadia comandava uma organização criminosa que revendia cocaína na Europa e nos Estados Unidos.
Sobre o pedido de extradição do colombiano, o advogado informou que os Estados Unidos já enviaram os documentos relativos a crimes que ele teria cometido lá. O pedido ainda tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Battaglin acha difícil que Abadia tenha uma resposta ainda neste ano. "Não é impossível, mas é pouco provável, porque é um processo um pouco lento", disse.
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