BRASÍLIA - O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), assinou na tarde desta quinta-feira a instauração do processo contra o deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS). Agora, o parlamentar não pode mais renunciar ao mandato para evitar a cassação e a conseqüente perda dos direitos políticos. O relator do caso será o deputado José Carlos Araújo (PL-BA).
No último dia 15, o PT entrou com representação contra Lorenzoni, acusando o deputado de quebrar o decoro parlamentar ao fazer críticas ao ex-ministro José Dirceu (PT-SP), afirmando que ele teria usado dinheiro do fundo partidário em benefício próprio no período em que foi presidente do PT. As denúncias de Lorenzoni foram feitas em sessão secreta da CPI dos Correios no dia 5 de outubro.
Na ocasião, Onyx - que chegou a comparar Dirceu com Al Capone, por ter cometido "os piores crimes" e só vir a ser pego por sonegação fiscal - entregou ao relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) documentação acusando Dirceu de ter cometido crimes de falsidade ideológica e de responsabilidade ou infração político-administrativa por ter omitido de suas declarações de Imposto de Renda de 2004 e 2005 um empréstimo de R$ 14.322,51 contraído junto ao PT em 2002.
O dinheiro teria sido devolvido ao partido em parcelas de R$ 2.400 de dezembro de 2003 a maio de 2004, mas a operação não constaria das declarações de renda dos anos seguintes. Os documentos foram repassados por Serraglio ao relator do processo de cassação de Dirceu no Conselho de Ética, deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
Na época, Dirceu informou que o dinheiro não fora declarado porque não era resultado de empréstimo. Segundo ele, em nota, tratava-se de mais um fato político que tentava demonizar sua imagem. O ex-ministro afirmou ainda que recebeu adiantamentos para custear viagens e reembolsou o partido.