O diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), José Milton Campana, afirmou em depoimento na CPI dos Grampos da Câmara nesta quarta-feira (3) que a agência não realiza escutas telefônicas. Ele disse que a Abin "não atua no submundo" e nem "contra o Brasil".
"A Abin não atua à revelia da legislação existente, não fez e não faz interceptações de linhas telefônicas. A Abin não atua no submundo, não trabalha contra o Brasil e as instituições democráticas", disse Campana.
Ele é um dos diretores afastados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a denúncia de que a Abin teria realizado grampos contra políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Campana afirmou que repudia esta ação e que a agência não está envolvida. "A Abin, institucionalmente, não realizou ou participou de ações espúrias, como as mencionadas por uma revista na semana passada".
Na sua exposição inicial, o diretor-adjunto afirmou que a agência atua com "fidelidade às instituições e aos princípios éticos". Ele destacou que o trabalho da agência é fiscalizado internamente e também por órgãos do Executivo e do Legislativo.
Campana lembrou que, apesar de ter sido criada em 2000, a comissão mista de controle de atividades de inteligência ainda não tem um regimento e realiza poucas reuniões. Ele cobrou mais atuação desta comissão na fiscalização da Abin e das outras atividades de inteligência.
A sessão foi interrompida por volta das 15h30 para a votação de requerimentos.
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