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O vazamento de dados de computadores apreendidos pela Polícia Federal no Centro de Operações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), há duas semanas, revelará a identidade de informantes da agência e quanto recebem para prestar o serviço, o que poderá colocar em risco esses agentes e a segurança nacional.

Com esse argumento, o governo pretende reverter a decisão do juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que proibiu oficiais da Abin de acompanhar a perícia no material que a PF apreendeu ao investigar o vazamento de informações da Operação Satiagraha.

No pedido de reconsideração encaminhado ontem pela Advocacia-Geral da União (AGU) à Justiça de São Paulo, o governo pondera que oficiais da Abin devem acompanhar a perícia para evitar a quebra do sigilo dessas informações - algumas que nem sequer se relacionam com a Operação Satiagraha. No acompanhamento da perícia, os oficiais da Abin diriam que documentos devem ser mantidos sob sigilo e quais informações não se relacionam com a investigação específica da PF.

"A eventual publicidade desses dados e informações certamente acarretará graves conseqüências para instituições e pessoas envolvidas e, em relação a essas últimas, até mesmo risco de vida, em face da alta periculosidade do ambiente em que desenvolvem suas ações", argumenta a Abin. "Tais registros dizem respeito a planejamento das operações de inteligência, dados relativos a fontes humanas da Abin, incluindo nomes reais e suas remunerações.

Se novamente o juiz rejeitar a participação de oficiais da Abin na perícia, o governo ainda poderá recorrer. Inicialmente, Mazloum negou o acesso da Abin para evitar ingerências na investigação que a PF faz na tentativa de identificar responsáveis por vazamentos na Satiagraha, que levou à prisão o sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas.

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