Enquanto o apoio popular sobre a Operação Lava Jato é comemorado pela força-tarefa que coordena as investigações, a ideia de combate à impunidade respaldado pelo clamor da população é vista com receio por especialistas da área jurídica e analistas políticos – que temem a ocorrência de abusos.
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O delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula ressaltou que as manifestações populares são positivas para o andamento da Lava Jato. “Elas mantêm uma pressão positiva para fazer com que todas as instituições levem os trabalhos com maior velocidade”, disse.
Lula representa a última fronteira da Lava Jato
Leia a matéria completaMas, para alguns, a “pressão positiva” pode levar a abusos. O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou a autorização dada pelo juiz Sergio Moro para que a PF realizasse a condução coercitiva – quando a pessoa é obrigada a depor – de Lula.
Para ele, esse recurso só deve ser usado quando houver a recusa do intimado em comparecer, o que, segundo Mello, parece não ter sido o caso.
O cientista político Frederico de Almeida vê riscos no discurso de combate à corrupção da Lava Jato apoiado no anseio de atender à opinião pública. “O respaldo social para o discurso da moralidade dificulta uma posição mais racional”, diz ele.
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