Dilma Rousseff, Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann: ação das ministras com o aval da presidente tem irritado aliados| Foto: Antônio Cruz/ABr

Brasília - A operação da Polícia Federal no Ministério do Turismo, que resultou na prisão de 35 pes­­­soas, provocou declarações indignadas dos líderes da base, reunidos ontem à tarde, e desconfiança da atuação do governo junto aos aliados. Setores da base começaram a falar na criação de uma Comissão Par­­la­­mentar de Inquérito (CPI) para investigar a corrupção no governo.

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"As três meninas superpoderosas ficam achando que estão fazendo faxina e bonito para a sociedade. Estão achando lindo! Mas não entenderam que não podem liquidar com o espectro político nacional em troca de ficar bem com a sociedade", afirmou um aliado, resumindo o clima na base. O parlamentar se referia às ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; de Relações Internacionais, Ideli Salvatti; e à própria presidente Dilma Rousseff.

Ao líder governista, Cân­­dido Vaccarezza (PT-SP), na reu­­nião, os líderes mostraram a preocupação da base com a série de denúncias que a cada semana atinge uma pasta comandada por partido aliado ao governo. Nesse tom, contaram que há conversas nos bastidores de alguns deputados que começaram a defender uma CPI. "Em algum momento, essa CPI vai sair pelas mãos da base. Alguns líderes já estão falando nisso, mas não será agora", disse um participante da reunião, sem querer ter o seu nome publicado.

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Uma CPI conduzida pelos partidos seria uma forma de dar o troco no governo. Os líderes reclamam do procedimento que vem sendo adotado. "Se há irregularidade, chama o cara e diz: ‘Tira esse mané e põe outra pessoa’. Ninguém vai compactuar com o que estiver errado", afirmou um participante da reunião.

Surpresa

Até agora, as denúncias atingiram o Ministério dos Trans­­portes, sob comando do PR, da Agricultura e do Turismo, chefiados pelo PMDB, das Cidades, do PP. O líder do PMDB na Câ­­mara Federal, Henrique Eduar­­do Alves (RN), afirmou que o governo também foi surpreendido com a operação no Mi­­nistério do Turismo. "O PMDB, nesse episódio, não responsabiliza o governo. O governo não tem culpa. A decisão saiu de uma juiz de Macapá", disse Eduardo Alves.

Na reunião, os líderes defenderam particularmente o ex-deputado e Secretário Nacional de Programas de Desenvolvimen­­­to do Turismo do ministério, Coubert Martins (PMDB-BA). Eles consideraram que, há apenas dois meses na pasta, Martins apenas deu fluxo a um processo de dois anos atrás.

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