O presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), anunciou que incluirá na pauta da comissão os pedidos de acareação entre os arrolados na Operação Lava Jato. Durante a reunião deliberativa na tarde desta terça-feira, 14, a oposição apresentou requerimentos extra pauta para promover o confronto de informações entre os principais personagens investigados no escândalo de corrupção na estatal. Os pedidos só não foram aprovados porque o início da ordem do dia no plenário da Câmara dos Deputados impediu o prosseguimento da sessão na CPI.
O foco da oposição é aprovar as acareações entre o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o ex-gerente da companhia Pedro Barusco, os ex-diretores Renato Duque e Nestor Cerveró e o doleiro Alberto Youssef. Mais de 30 requerimentos, segundo Motta, foram protocolados nesta linha. “A acareação é inevitável”, concluiu Motta.
Nesta tarde foram aprovados 57 requerimentos, sendo um deles extra-pauta. Dezessete pessoas foram convocadas, a maioria executivos das empreiteiras envolvidas na Lava Jato. Fernando Soares, apontado como um dos operadores do esquema, também será ouvido pela CPI.
A CPI vai se deslocar até Curitiba nas próximas semanas para ouvir os presos. Motta admitiu que seria mais cômodo promover os depoimentos na Câmara, mas um ato da Mesa Diretora impede que presos sejam ouvidos nas dependências da Casa. A única exceção foi aberta a Renato Duque porque quando sua convocação foi aprovada, o ex-diretor ainda estava solto, realidade diferente dos convocados hoje. Motta disse que vai apelar ao presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para revogar o ato. “Irei insistir com o presidente, mas não posso ser refém desse ato”, ressaltou Motta.
O presidente disse que ainda não há data para a viagem da comitiva parlamentar a Curitiba e ainda não há informação se os depoimentos serão abertos à imprensa. Questionado sobre os custos de uma viagem ao Paraná, Motta disse que neste momento os gastos são “irrelevantes” diante do escândalo de corrupção na Petrobras. “Até acho que o quanto vai se gastar neste momento é irrelevante. O que o Brasil quer neste momento é que as pessoas sejam punidas. Não queria ver em nenhum jornal a CPI ser questionada pelo custo de uma viagem a Curitiba”, afirmou Motta.
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