O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou acreditar que o ex-presidente não conhece o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Ceveró. Em depoimento de delação premiada revelado nesta terça-feira, Ceveró disse que, em 2008, foi nomeado por Lula para o cargo de diretor da Área Financeira e Serviços da BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras, por “reconhecimento da ajuda” na contratação da Schahin para operar o navio-sonda Vitória 10.000. “Eu conheço o Lula há muitos anos e não conheço o Ceveró. Nunca o vi nem mais gordo nem mais magro. E acho que presidente também não conhece o Ceveró”, afirmou Okamotto, braço-direito do ex-presidente.
Okamotto fez, em seguida, a ressalva de que o ex-diretor da Petrobras pode ter participado de algum evento ao lado de Lula. “Deve ter algum evento (de Lula na Presidência) que o cara (Ceveró) foi. Agora, imaginar que teve uma reunião que ele (Lula) falou: ‘olha estou te nomeando porque você é um cara assim, assado’, isso, eu acho que não existe”.
O presidente do Instituto Lula frisou que não conversou com o ex-presidente sobre os detalhes da delação de Ceveró. O ex-diretor da Petrobras disse ainda, na delação, que “havia um sentimento de gratidão do Partido dos Trabalhadores” pela viabilização do contrato com a Schahin quando ele foi exonerado da Diretoria Internacional, em 2008. O contrato para operar o navio-sonda Vitória 10.000 permitiu, segundo as investigações da Operação Lava Jato, que o Banco Schaihn, instituição financeira do grupo, perdoasse um empréstimo de R$ 12 milhões ao PT.
Okamotto ainda destacou que a nomeação de diretores de estatais não passam, em geral, pelo presidente da República. “Como funcionam as nomeações dos cargos de segundo e terceiro escalões? Depois que você indica o presidente da companhia, existe toda uma movimentação para indicar gente (para as diretorias). O presidente da companhia que acaba trazendo as opções para a Casa Civil”.
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