Depois de seis meses da colisão do Boeing da Gol com o jatinho Legacy, no dia 29 de setembro de 2006, em Mato Grosso, as investigações da Polícia Federal sobre o caso estão paradas. No acidente, 154 pessoas morreram. Segundo informações da assessoria de imprensa da PF, o delegado responsável pelo caso, Renato Sayão, espera a conclusão dos laudos dos peritos do Instituto Nacional de Criminalística de Brasília para encerrar o caso.
Ainda de acordo com informações da assessoria de imprensa da PF, todas as oitivas já foram feitas e não há novos depoimentos para serem coletados no inquérito. O laudo da perícia na caixa-preta do Boeing, por exemplo, é considerado conclusivo para o encerramento do caso. Este e outros laudos devem ficar prontos em abril.
O delegado Renato Sayão deve se pronunciar depois do encerramento do prazo para conclusão do inquérito, previsto para o fim de abril. O prazo já foi prorrogado duas vezes.
Os pilotos do Legacy, os norte-americanos Joe Lepore e Jan Paul Paladino, foram indiciados por colocar aeronave própria ou alheia em risco. Em depoimento na PF de São Paulo, ambos não se pronunciaram e voltaram aos Estados Unidos.
Aeronáutica
O relatório divulgado no início de março pela Aeronáutica indica a possibilidade de erro humano como causa do choque entre as duas aeronaves. O documento indica que não houve falhas nos equipamentos do jatinho Legacy. Famílias das vítimas
O presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo 1907, Jorge André Cavalcante, espera que a investigação do caso termine o mais rápido possível. "É impressionante como as coisas demoram a acontecer por aqui. Já se passaram seis meses desde o ocorrido e ainda não se sabe de nada. Apesar de nada ter sido concluído ainda, tenho certeza de uma coisa: os pilotos do Legacy são os responsáveis pelo acidente, sim", disse Cavalcante. Desde o acidente, os pilotos norte-americanos dizem que só vão se pronunciar na Justiça.
Para ele, uma vitória conquistada pelos familiares das vítimas do acidente foi a quebra do sigilo sobre as informações do inquérito. "Essa foi a nossa última grande vitória nessa história, pois é um absurdo que nós, familiares das vítimas, não tenhamos acesso ao inquérito da PF. Nós não podemos, mas os pilotos do Legacy podem?", questiona o presidente da associação.
Deixe sua opinião