Em meio à baderna na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, dois deputados da nova geração chamam atenção pela pouca idade e pela forma virulenta que defendem seus pontos de vista. Um dos mais atuantes da Câmara, ACM Neto (PFL-BA) reage toda vez que o presidente da CCJ, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), anuncia algo que o desagrada. Acusado de não ter a isenção necessária para presidir a CCJ, Picciani não foge das provocações do deputado baiano, ao qual chamou de "leviano e histérico" depois de ganhar a pecha de "golpista" por supostamente negar o direito das minorias.
Contestado ao ser indicado para a CCJ em função da pouca idade, Picciani parece disposto a mostrar que tem pulso para presidir a Casa, apesar de seus 27 anos. Ao assumir a presidência, o mais jovem presidente da CCJ admitiu que sofreria um pré-julgamento no início, mas garantiu que não aceitaria contestações em função da idade. Tem provado que não é de levar provocações para casa e não deixa dúvida de que levará até o fim seu ponto de vista, no caso, o do governo. Tem do outro lado um deputado também jovem, de 28 anos, e com histórico político semelhante. O primeiro chegou à Câmara alçado pelo capital político do pai, Jorge Picciani (PMDB-RJ), o outro, pelo do avô, o senador baiano Antônio Carlos Magalhães (PFL).
O ringue dos dois é a CCJ, considerada a comissão mais importante da Câmara por ter o poder de arquivar uma proposta se entender que ela não tem amparo na Constituição. Essa é justamente a razão do duelo que oposição e governo protagonizam agora. Enquanto o governo alega que a CPI do Apagão Aéreo não tem fato determinado, a oposição argumenta que conseguiu as assinaturas necessárias (171 na Câmara) para instalá-la e exige que ela comece a funcionar. Por enquanto, os dois vão se digladiando e batendo boca a cada intervenção do outro.