Pivô da ocupação, Tôca se envolveu em várias polêmicas recentes
Há pouco mais de 30 anos, Edenilson Carlos Ferry, conhecido como Tôca, ocupa um cargo em comissão na Assembleia Legislativa do Paraná. Muito conhecido entre os funcionários e temido por alguns servidores e até por deputados estaduais , Tôca ganhou visibilidade depois de um controverso processo que o levou até a presidência do Sindicato dos Servidores Legislativos (Sindilegis).
Outro lado
Tucano diz que denúncias serão tratadas na Justiça
O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Valdir Rossoni (PSDB), afirmou ontem à noite que tem ciência do teor das denúncias apresentadas contra ele por Edenílson Carlos Ferry, o Tôca, que preside o Sindicato dos Servidores do Legislativo, e que vai discutir com ele somente na Justiça.
"Contratei um advogado que vai entrar com processos contra ele, pelo que ele [Tôca] tem dito sobre mim", disse o tucano por telefone.
Ministério Público
Rossoni disse que qualquer denúncia contra ele deve ser encaminhada ao Ministério Público Estadual para que seja investigada.
Sobre a relação de funcionários apresentadas por Tôca como supostos funcionários de Rossoni, o presidente da Assembleia disse não se lembrar de todos que passaram pelo gabinete.
O tucano ressaltou que qualquer denúncia será apurada e, se comprovada qualquer ilegalidade, os responsáveis serão punidos.
O presidente do Sindicato dos Servidores Legislativos (Sindilegis) e líder dos ex-seguranças da Assembleia, Edenilson Carlos Ferry, conhecido como Tôca, entregou ontem para a imprensa um "dossiê" com denúncias contra o novo presidente do Legislativo do Paraná, deputado Valdir Rossoni (PSDB). São 36 folhas em que estão listados supostos funcionários do gabinete parlamentar do tucano desde 2000 até 2010 que receberiam pagamentos irregulares.
Tôca acusa Rossoni de manter funcionários fantasmas no gabinete parlamentar e de pagar salários a alguns servidores acima do previsto em lei. Tôca garante que as informações foram repassadas por funcionários da Casa e que, se investigadas, serão comprovadas. Mas não apresentou qualquer comprovação de que a documentação é da Assembleia.
Tôca esteve no fim da tarde de ontem na sede do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do Ministério Público Estadual, para entregar o dossiê para o procurador Leonir Battisti. O Gaeco investiga as irregularidades mostradas pela Gazeta do Povo e pela RPC TV na série Diários Secretos. "Qualquer investigação contra o presidente da Assembleia deve ser aberta e conduzida pelo procurador-geral de Justiça (Olympio de Sá Sotto Maior) por causa do foro", explicou o procurador por telefone. O presidente do Sindilegis ficou de se reunir com Olympio nos próximos dias para apresentar a documentação.
As denúncias contra Rossoni são uma reação à ocupação da Assembleia pelos policiais militares a partir da madrugada de ontem. Os seguranças que faziam a guarda da sede do Legislativo foram retirados dos postos de trabalho por determinação do novo presidente da Casa com anuência do governador Beto Richa (PSDB). Tôca, que esteve na sede da Assembleia durante a ocupação da PM, na madrugada, falou em ditadura e chegou a chamar Rossoni de Hitler. "Isso que estamos vivendo aqui é um absurdo. Uma afronta aos funcionários desta Casa."
A ocupação foi mais uma batalha da guerra travada entre Tôca e Rossoni desde que o tucano foi eleito presidente da Assembleia e anunciou uma série de mudanças na Casa. Quando todos os funcionários comissionados da Assembleia foram exonerados pela antiga gestão do Legislativo, na última segunda-feira, para cumprir à legislação federal, Tôca teria exigido de Rossoni a garantia de que os seguranças seriam recontratados o que não aconteceu. Segundo Rossoni, antes da eleição para a presidência da Casa, alguns seguranças o teriam ameaçado, inclusive mostrando armas o que foi negado por Tôca.
(Karlos Kohlbach, Kátia Brembatti, Caroline Olinda, Sandro Moser, Euclides Lucas Garcia, Diego Ribeiro e André Gonçalves)
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