Acusações entre candidatos marcam o final de campanha em Londrina

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Há três dias da realização do segundo turno em Londrina, Norte do Estado, a "briga" entre as campanhas de Antônio Belinati (PP) e Luiz Carlos Hauly (PSDB) ganhou os tribunais. Especificamente, a sala do juiz Luiz Gonzaga Tucunduva de Moura, titular da 189ª Zona Eleitoral e responsável por analisar irregularidades nas propagandas de rádio e na tevê.

Nos últimos dias, a Justiça Eleitoral proibiu a veiculação de algumas propagandas. A campanha de Hauly conseguiu que fosse tirado do ar o apoio de Barbosa Neto a Belinati. Já a campanha de Belinati teve favorável a retirada de um comercial que usava cenas de telejornais sobre a cassação e prisão de Belinati e um vídeo, já utilizado na campanha do atual prefeito Nedson Micheleti (PT), no qual um pai conversa com a filha sobre o ato de roubar "de um político cassado que chegou até a ser preso".

Ataque ou esclarecimento

De acordo com um dos coordenadores da campanha tucana, Cláudio Osti, esta postura não é de ataque e sim de esclarecimento, pois não é feita nenhuma acusação pessoal. "O que queremos é esclarecer a população sobre o passado do nosso concorrente", comenta Osti, que ainda destaca que é preciso esses esclarecimentos aos novos eleitores. "Temos que considerar que nosso concorrente foi cassado há oito anos e preso logo depois. Então temos que mostrar isso para os novos eleitores que na época desse escândalo tinha 10, 12 anos e ainda não tinham esse esclarecimento".

Para Osti, esse esclarecimento poderia ser feito pela mídia, o que não ocorreu desde o início das eleições. "A imprensa local de maneira geral poderia fazer este trabalho, como a imprensa paulista fez com os candidatos a prefeitura de São Paulo, levando até os leitores as atitudes pregressas dos políticos. Já em Londrina, a mídia não está dando a importância devida a campanha", argumenta. Segundo o coordenador, como a mídia não traça um paralelo entre os candidatos, a população pode achar que os dois são iguais. "O que não é verdade. Assim a única forma que temos de esclarecer os eleitores são os nossos programas no rádio e na tevê", justifica.

Sobre as acusações contra Hauly, o coordenador da campanha ressalta que são "coisas interessantes, mas irreais". "Estão falando que o Hauly votou contra o décimo terceiro, mas como isso poderia acontecer se, em 1989, Hauly nem era deputado federal e ocupava o cargo de Secretário da Fazenda do Estado. Também falaram que o Hauly queria acabar com o Fundo de Garantia, no entanto, esse é um direito garantido na Constituição e nem o presidente da república pode alterar. Então, essas inverdades acabam confundindo a população", complementa.

"Paz e amor"

Antonio Belinati afirma que a sua campanha não faz ataques. "O horário está tomado de agressões contra nós". Conforme Belinati, o "desespero do adversário com esses ataques" está sendo favorável à sua campanha. "Temos uma pesquisa interna que demonstra que o povo abomina este tipo de comportamento de políticos. Com isso, crescemos nas intenções de voto e chegamos aos 49%", afirma.

Segundo o candidato do PP, na reta final a sua campanha adotará o estilo "paz e amor". "Para cada acusação que recebermos vamos devolver um buquê de flores. A cidade quer propostas e não aceita baixaria", conclui.

A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na tevê termina nesta sexta-feira (24).