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Acusado pelo deputado Fabio Camargo de "orquestrar a organização criminosa" que supostamente promove fraudes em pocessos falimentares no estado, o juiz Marcel Rotoli de Ma­­cedo negou, em nota enviada à Gazeta do Povo, que existam quaisquer irregularidades na 1.ª Vara da Fazenda Pública, da qual é juiz titular. Macedo afirma que tomará as medidas judiciais cabíveis contra o parlamentar caso comprove que os fatos que lhe foram imputados possam ter ofendido sua honra ou reputação profissional. Para tanto, o juiz oficiou a presidência da As­­sembleia Legislativa requerendo uma cópia integral do pronunciamento de Camargo. Os outros dois juízes citados por Camargo – Au­­gusto Glusz­­cszak Júnior e Anderson Fogaça – não foram localizados pela reportagem até o fechamento desta edição.

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Já os três integrantes da família Simão, Marcelo, Rubens e Fábio – citados pelo deputado como possíveis cúmplices das fraudes – se pronunciaram por meio de seu advogado, Marlus Arns de Oliveira. O advogado afirmou que não existe nenhuma prova documental de irregularidades que possam ter sido cometidas pelos seus clientes nos cerca de cem processos em que atuam como síndicos de massas falidas. Oliveira afirmou também que já fez representações ao Ministério Público pelos crimes de calúnia, injúria e difamação contra todos os depoentes que acusaram seus clientes de fraude durante a CPI e que fará o mesmo contra Fabio Camargo. Para Oliveira, a edição do vídeo apresentado pelo deputado ontem na Assembleia suprimiu o contraditório. "Compa­­­re­­­cemos em todas as sessões da CPI e perguntas que fizemos às testemunhas e esclarecimentos demonstrados nas sessões da comissão foram cortados". O advogado comentou ainda que "acha estranho" que a CPI in­vestigue apenas os procedimentos de uma única vara de Fazenda Pública e es­­queça todas as demais.

Inspeção

O presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ), desembargador Miguel Kfouri Neto, disse que a Corregedoria do TJ vai iniciar hoje uma inspeção nas quatro Varas de Fazenda Pública de Curitiba para verificar a veracidade das irregularidades apontadas. "Como a denúncia veio a público apenas hoje [ontem], vamos instaurar este procedimento para apurar os fatos apresentados. As acusações são graves e é prudente esperar esta averiguação, que será tão rápida quanto o possível. Se houver qualquer comprovação de ilícito, haverá a punição correspondente", afirmou. Quanto aos juízes Fogaça e Gluszcszak, que foram deslocados para outras varas, no início deste mês, Kfouri disse que se trata de procedimento rotineiro do Judiciário e que não houve nenhum caráter punitivo na remoção.