Acusado pelo seqüestro da mãe de Robinho usava documentos falsos

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Célio Marcelo da Silva, o 'Bin Laden', usava documentos falsos quando foi preso no início da noite desta sexta-feira por policiais do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic). Acusado pelo seqüestro da mãe do jogador Robinho, Bin Laden acabou preso em flagrante por porte ilegal de arma, resistência à prisão e uso de documentos falsos.

Apontado como um dos principais seqüestradores do estado, Bin Laden estava num Golf preto e foi cercado pela polícia na Avenida Giovanni Gronchi, na Vila Andrade, região do Morumbi, na esquina com a Avenida Carlos Caldeira Filho. No carro estavam também a namorada dele, Taiane de Melo Batista, de 24 anos, e Moacir Ferreira da Silva, de 26. Os três tinham documentos falsos com os nomes de Reginaldo Ferreira de Araujo, Rogério Batista dos Santos e Paula Fátima dos Santos. Com eles foram apreendidos dois revólveres calibre 38 e uma pistola 380.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a polícia recebeu informação de que o criminoso iria sair da cidade e indicações do trajeto. Os policiais montaram campana no local e pelo menos 20 PMs cercaram o carro na avenida. A equipe, liderada pelo delegado Alberto Pereira Mateus Junior, trocou tiros com o trio, que reagiu à prisão. A namorada do seqüestrador foi baleada, mas já teve alta do hospital.

'Bin Laden' é apontado como chefe da quadrilha que seqüestrou Marina da Silva Souza, de 44 anos, mãe do jogador Robinho e era procurado pela polícia desde 2003, quando fugiu da Penitenciária do Estado por um túnel. Ele é foragido da Justiça e foi condenado a 38 anos de cadeia, além de acusado em 11 seqüestros. Entre as vítimas estariam os empresários João Bertin - dono de um frigorífico em Lins, no interior de São Paulo, que ficou 157 dias em cativeiro - e Girz Aronson.

Em julho, quatro integrantes do bando foram presos por acaso pela Divisão de Operações Especiais de Minas Gerais por outro seqüestro na cidade mineira de Alfenas. Na investigação, os policiais chegaram ao grupo chefiado por Bin Laden. Os quatro acusados confessaram ainda envolvimento em mais três seqüestros - em Tatuí e em Limeira, no interior de São Paulo, e em Três Corações (MG). Outras seis pessoas ligadas ao grupo também foram identificadas.

A quadrilha seqüestrou, em 15 de abril, a filha do reitor da Universidade de Alfenas (Unifenas), Larissa Araújo Vallano, e o namorado dela, Deivison Ferreira Sampaio. O casal passou 26 dias em cativeiro.

Bin Laden age com Ediraldo Oliveira Freitas, o Galo, considerado seu braço direto. Galo também fugiu da Penitenciária do Estado pelo mesmo túnel. André Luís Ramos, o Barba, é outro criminoso suspeito de agir com a quadrilha de Bin Laden. Ele é responsável pelo seqüestro de Inês Fidelis Régis, mãe do jogador Rogério, do Sporting de Portugal. Portador de HIV, Barba saiu da cadeia em 2003 com indulto. Os médicos atestaram que ele estaria em fase terminal.

O drama do jogador Robinho por causa do seqüestro de sua mãe durou 41 dias. Em 6 de novembro do ano passado, Marina estava em uma casa na periferia de Praia Grande com quatro amigos. Eles preparavam um churrasco quando dois homens armados pularam o muro e imobilizaram todos. Em seguida perguntaram quem era a mãe de Robinho e levaram Marina no banco de trás de um carro de cor escura. Os criminosos demoraram muito para fazer o primeiro contato com a família, aumentando o clima de tensão. Depois exigiram que Robinho parasse de jogar.

No cativeiro, Marina sofreu tortura psicológica. Teve os cabelos cortados rentes à cabeça e foi obrigada a tirar fotos que foram enviadas à família como provas de vida. A mãe de Robinho só foi libertada em 17 de dezembro. Os criminosos a abandonaram em Perus, na zona norte, enrolada em um cobertor. Assustada, Marina foi buscar ajuda em uma residência da região e pôde então falar com o filho. Na época, seu primeiro pedido foi um café bem forte e um cigarro.