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Medida também evita desgaste dentro do PT. | Sérgio Castro/Estadão Conteúdo
Medida também evita desgaste dentro do PT.| Foto: Sérgio Castro/Estadão Conteúdo

Denunciado por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, irá se licenciar do partido, segundo informou nesta quarta-feira a coluna do jornal O Globo “Panorama Político”, de Ilimar Franco.

De acordo com a coluna, Vaccari vai alegar que precisa se concentrar na sua defesa depois que virou réu. Deputados que integram a coordenação da bancada do PT na Câmara já tinham defendido, há uma semana, em reunião com o presidente do partido, Rui Falcão, o afastamento do tesoureiro para tentar aplacar o desgaste político decorrente da Operação Lava Jato.

Embora muitos petistas sejam contra a medida, ela evitaria um desgaste na reunião do Diretório Nacional do PT, na próxima segunda-feira. O comando petista espera que, sem Vaccari no cargo, haverá uma redução e da pressão política contra a presidente Dilma.

A Justiça Federal aceitou na última segunda-feira a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra Vaccari e o ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras, Renato Duque, além de outras 25 pessoas. O tesoureiro, segundo o MPF e o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, teria recebido propina do clube de empreiteiras que se organizou para ganhar licitações da Petrobras por meio de acordos criminosos. Ainda segundo a acusação, Vaccari teria sido responsável pela negociação de doações oficiais de campanha para o PT oriundas de pagamento de propina.

Vaccari comandava ações

Em depoimento à Força-Tarefa da Lava Jato, o vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite, disse que Vaccari exigiu uma doação de mais de R$ 10 milhões ao PT a título de propinas atrasadas da Diretoria de Serviços. Leite fechou um acordo de delação premiada com MPF.

“Não apenas o conhecia (o esquema de corrupção), mas o comandava, direta ou indiretamente”, disse a denúncia do MPF.

Em 2010, Vaccari teria procurado Leite para acertar “as contas” da Camargo Corrêa. A empresa estaria devendo parte do pagamento de propina acertado com o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco e o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque. O trecho está na denúncia apresentada contra Vaccari, Duque e outras 25 pessoas.

“Dentro desse contexto relatado e com base nos depoimentos, confissões e documentos, não há qualquer dúvida de que João Vaccari tinha plena ciência, na qualidade de tesoureiro e representante do Partido dos Trabalhadores, do esquema ilícito e, portanto, da origem espúria dos valores”, afirma a denúncia.

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