Iperó (SP) (AE) – Os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos de Paula e Silva, assassinos confessos do casal Manfred e Marísia von Richthofen, foram postos em liberdade, ontem à tarde, três anos depois de serem presos. Eles deixaram a Penitenciária Estadual Odon Ramos Maranhão, em Iperó, no interior de São Paulo e voltaram às ruas beneficiados por um habeas-corpus concedido pela 6.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por não existir mais clamor público, ou seja, por não haver ameaça à ordem pública e à integridade física dos réus. O crime ocorreu em 31 de outubro de 2002, em São Paulo. O casal foi morto com golpes de barra de ferro na cabeça, desferidos pelos irmãos. Suzane, a filha dos von Richthofen e namorada de Daniel, abriu o portão da casa para os assassinos. A garota já tinha sido libertada dia 29 de junho deste ano.

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Os irmãos deixaram a penitenciária na Mercedes preta do advogado Geraldo Jabur, que os defende. O veículo, dirigido pela filha de Jabur, a também advogada Gislaine, rompeu a barreira humana formada por cinegrafistas e fotógrafos à frente do portão. Cristian e Daniel, sentados no banco traseiro, não quiseram dar entrevistas. O carro passou direto pelo veículo em que os pais dos acusados, Astrogildo Cravinhos e sua mulher Nádia, esperavam havia duas horas pelos filhos. Segundo o pai, Cristian e Daniel seriam levados para casa de parentes, mas por pouco tempo.

Acusação

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O promotor Roberto Tardelli, responsável pela acusação no caso Richthofen, afirmou não haver instrumentos que o Ministério Público Estadual (MP) possa usar para recorrer da decisão do STJ, "A única providência que o Ministério Público pode tomar para impedir que eles saiam da prisão é torcer para que o motorista de táxi que foi buscá-los encontre muito trânsito", disse o promotor, alternando ironia e indagações. "Esse é o mais grave crime que se pode imaginar. Se isso não basta, o que é preciso para ensejar uma prisão?"

Segundo Tardelli, não há garantia alguma de que os réus vão apresentar-se espontaneamente para ser julgados – sem a presença deles, o julgamento não pode ser feito. "Eles já conhecem a cadeia e sabem que serão condenados a, no mínimo, 30 anos."