Adesivos que tinham a intenção de promover o turismo foram retirados dos veículos oficiais da Prefeitura de Machadinho, no Interior do Rio Grande do Sul, após determinação da Justiça.
A publicidade vinha causando polêmica pois, além dos principais pontos turísticos da região, as imagens incluíam a figura de uma garrafa de cachaça e um homem embriagado.
O secretário de Administração de Machadinho, Atílio Luiz Nicolodi, disse ao G1 que os adesivos foram retirados dos carros oficiais na semana passada.
Propaganda ilegal
De acordo com o promotor Márcio Schenato, os veículos estavam sendo utilizados para fazer propaganda de bebida alcoólica. "Eles exibiam a marca da bebida sem o alerta da proibição do consumo por menores de idade. A Prefeitura não pode fazer propaganda e, muito menos, apologia ao álcool", disse o promotor. "Apuramos também que o dono do alambique é parente de um secretário do prefeito", afirmou, fazendo referência ao Secretário de Agricultura, Elias Abrahão Peloso.
Além da suspeita de beneficiar um conhecido, pessoas que realizam projetos de conscientização contra o álcool se sentiram humilhadas, segundo o promotor. "Dependentes químicos eram transportados até os locais de tratamento em veículos oficiais. Imagine ir fazer tratamento contra o álcool em um carro com a garrafa de cachaça estampada", disse o promotor. Pontos turísticos
O secretário de Agricultura de Machadinho, Elias Abrahão Peloso, admitiu que é cunhado do proprietário do alambique que produz a cachaça estampada nos carros oficiais. Porém, ressalta que não houve favorecimento.
"Sou secretário aqui há seis meses e essa propaganda foi criada há mais de um ano. Nossa intenção nunca foi fazer propaganda de cachaça, mas divulgar o turismo. Ao lado da garrafa, há a figura de cachoeiras, da igreja, de um tigre, enfim, de todos os nossos atrativos", disse Peloso.
Segundo ele, a denúncia é uma tentativa de desmoralização promovida pela oposição. "Os adesivos estão nos carros há muito tempo, mas agora reclamaram porque no ano que vem teremos eleições", disse.
O promotor afirmou ainda que a empresa que produz a cachaça não tem registro no governo federal. O secretário de Agricultura não confirmou a informação e comentou que não tem uma relação próxima com o cunhado. Improbidade administrativa
Além de pedir a retirada dos adesivos considerados ilegais, o promotor Márcio Schenato também entrou com uma ação de improbidade administrativa contra o prefeito de Machadinho, Valdir João Ventura (PMDB).
Segundo o promotor, Ventura feriu os princípios de impessoalidade, ao colocar a imagem da bebida fabricada por um conhecido em carros oficiais, e legalidade, ao usar patrimônio público para fazer propaganda.
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