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Marcilene: “Será que a população negra deste estado não tem méritos?” | Nani Gois/Alep
Marcilene: “Será que a população negra deste estado não tem méritos?”| Foto: Nani Gois/Alep

A Assembleia Legislativa do Paraná adiou ontem, pela terceira vez, a votação do projeto do deputado Professor Lemos (PT) que cria um feriado estadual no dia da Consciência Negra, em 20 de novembro. Com isso, a proposta só será votada daqui a dez sessões, no próximo dia 30.

Nos últimos anos, diversos estados e municípios já criaram o feriado. A data escolhida lembra a morte de Zumbi dos Palmares, líder do mais famoso quilombo da história do país, no século 17. Para o movimento negro, que usa a data como dia de mobilização contra o racismo, o dia 20 de novembro é considerado mais importante do que o 13 de maio, quando se comemora a abolição da escravatura.

Apesar de se dizerem favoráveis ao projeto, para não se indisporem com líderes do movimento negro que ocuparam as galerias da Assembleia nas três vezes em que a matéria constava na pauta de votações, os deputados têm evitado ao máximo apreciá-lo em plenário. Os argumentos vão desde eventuais problemas econômicos para o estado com a criação de mais um feriado até possíveis reivindicações de outras etnias por seu próprio feriado.

A expectativa dos parlamentares é que, antes que o projeto precise ser votado em plenário, a presidente Dilma Rousseff sancione o mesmo feriado em âmbito nacional, de acordo com proposta aprovada no Senado recentemente. Dessa forma, a proposta perderia a finalidade e os deputados estaduais não ficariam marcados por uma possível rejeição.

"Será que a população negra deste estado não tem méritos?", questionou em discurso na tribuna da Assembleia Marcilene Garcia de Souza, que é ativista do movimento negro no Paraná.

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