O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, criticou ontem o pedido de advogados de "mensaleiros" para adiar a publicação do julgamento, prevista para ocorrer até a próxima semana. De acordo com Gurgel, o adiamento seria "maluquice". "Suspender a publicação do acórdão é maluquice. Isso é maluquice", disse.
Com o adiamento, os advogados poderiam ganhar mais tempo para preparar os recursos contra as condenações impostas aos mensaleiros. Pelo regimento interno do Supremo Tribunal Federal (STF), eles terão cinco dias para protocolar os recursos após a publicação da decisão. Iniciado em agosto e concluído em dezembro, o julgamento do mensalão resultou na condenação de 25 réus por envolvimento com o esquema de compra de votos no Congresso durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O STF está dividido sobre se o plenário deve analisar um recurso no qual os advogados pediram acesso antecipado aos votos escritos. Parte dos ministros defende que o presidente do Supremo e relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, submeta o caso à análise do plenário (leia mais abaixo).
Eles estão mobilizados tentando convencer Barbosa a submeter os recursos à análise do plenário. Mesmo integrantes do tribunal que votaram pela condenação de réus consideravam um erro não levar o assunto ao plenário.
Na quinta-feira da semana passada, a reportagem do jornal O Estado de S.Paulo presenciou uma conversa entre o decano do Supremo, Celso de Mello, e o presidente da corte. Celso de Mello fazia uma ponderação para que Barbosa levasse os recursos para análise do plenário antes da publicação do resultado do julgamento. Uma hora depois, um grupo de advogados protocolou o recurso pedindo que o plenário analise os requerimentos para concessão de mais prazo antes da publicação do julgamento.
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