A revista "Veja" informa em reportagem publicada na edição desta semana que o empresário Adir Assad, acusado de participar do desvio de recursos da empreiteira Delta, de Fernando Cavendish, recebeu R$ 1 bilhão de 134 empresas entre 2006 e 2013, a maioria do ramo da construção. Segundo a reportagem, Assad controla uma série de empresas de engenharia e de terraplanagem de fachada para recolher o dinheiro que, supostamente, seria distribuído em propinas para funcionários públicos e caixa dois de partidos e políticos. A revista diz ainda que Assad ficaria com 10% dessa arrecadação.

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De acordo com o texto, o maior cliente de Assad é Fernando Cavendish. A Delta teria repassado R$ 440 milhões para o empresário. Quase metade dos clientes seriam empreiteiras e empresas ligadas à construção civil que, juntas, teriam pago R$ 750 milhões. Apesar do alto faturamento, as empresas de Assad não têm sequer funcionários registrados. O caso está sendo investigado pela Política Federal.

A revista apresenta ainda imagens das empresas ligadas a Assad, localizadas na periferia da Grande São Paulo, sem funcionários e sem as máquinas específicas para realizar os serviços contratados. O próprio Cavendish, durante as investigações do caso do empresário Carlos Cachoeira, que deu origem às suspeitas contra a Delta, foi flagrado em uma conversa afirmando que o pagamento de propina a políticos garantia o crescimento do negócio. Mas, em entrevista à "Veja", Adir Assad disse que Cavendish queria "botar fogo no mercado" e que nunca conversou com o empresário.

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Na entrevista, Assad negou que suas empresas sejam de fachada para ocultar um esquema de distribuição de propinas. Disse ainda que os nomes que constam como sócios dessas firmas não são "laranjas", mas "parceiros". Ele falou que as empresas prestaram os serviços contratados e que se localizam fora da capital para pagar menos impostos.