A menina J.S.E, de apenas 14 anos, morreu na noite desta quarta-feira durante atendimento em São Vicente. De acordo com os médicos, ela havia se submetido a uma cirurgia para aborto. A suposta clínica clandestina onde ela teria passado pelo procedimento foi descoberta na Rua Major Louretti, no Parque Bitaru, em São Vicente.
J.S.E teria ido à casa da enfermeira aposentada Aparecida Pereira, de 63 anos, levada por uma amiga. Durante o aborto, a adolescente teria passado mal, sendo necessário o acionamento de uma viatura do Resgate. De acordo com o delegado-titular do 1º Distrito Policial de São Vicente, Luiz Evandro de Medeiros, os médicos constataram que a paciente havia recebido medicação intravenosa. Além disso, o sangramento da genitália levava à conclusão de que se tratava de um aborto. Após a comunicação da suspeita pelos médicos, policiais do 1º DP se dirigiram à casa onde funcionaria a clínica e os indícios aumentaram.
- Foram encontrados diversos medicamentos de uso exclusivo de clínica cirúrgica, provavelmente desviados e vários instrumentos cirúrgicos específicos de uso ginecológico.
Entre os lençóis havia alguns com a marca do Hospital São José.
- Vamos investigar como isso tudo foi parar lá, já que as filhas da acusada também são enfermeiras.
Na delegacia, Aparecida Pereira teria revelado ao delegado Ruy de Mattos Pereira Filho ter recebido R$ 200 da amiga de J. para fazer o aborto. A amiga de J. não havia sido localizada até a noite de ontem. Ela poderá responder também pelo crime, já que colaborou para a prática do aborto. A mãe de J., de 34 anos, disse que não sabia que a filha estava grávida.
- Na semana passada ouvi um boato na rua, mas ela negou. Se soubesse, não teria deixado que ela fizesse uma loucura dessas.
Indiciada pela polícia, Aparecida nega que a casa funcionasse como clínica de aborto, mas admite que realizou alguns procedimentos clandestinos há cerca de seis meses.
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