Deputado Aciolli responde por homicídio por motivo banal| Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo

O interrogatório do deputado estadual Roberto Aciolli (PV), no processo criminal que ele responde pelo assassinato do engraxate Paulo César Heider, foi adiado ontem pelo desembargador Marco Antônio de Moraes Leite, do Tribunal de Justiça do Paraná. O desembargador atendeu o argumento do advogado Cláudio Dalledone Júnior, que defende o parlamentar. Dalledone diz que o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido pela prática de ouvir o acusado depois da produção de provas.

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Aciolli só será ouvido depois que as testemunhas de acusação e defesa forem ouvidas. "Existe uma norma no Supremo que prevalece a garantia do acusado de ser ouvido depois da produção das provas", explicou o advogado. Com o adiamento, o desembargador já determinou diligências – uma delas será encontrar a arma usada por Aciolli.

A arma foi entregue pelo deputado estadual à polícia dois dias depois do assassinato, em dezembro de 1999. Aciolli confessou ter matado Heider depois de descobrir que o jovem, com diversas passagens pela polícia, teria participado do roubo de uma loja de celulares – que pertencia à mulher de Aciolli. Em depoimento à polícia, ele alegou que o tiro que matou Heider foi acidental.

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O Ministério Público Estadual denunciou Aciolli em 2008 por homicídio qualificado por motivo torpe (banal). Se condenado, ele pode perder o mandato de deputado e ficar preso de 12 a 30 anos.

Na denúncia, o MP afirma que Aciolli passou a investigar o assalto por conta própria e teria descoberto que Heider, acompanhado de uma outra pessoa, praticou o roubo. Na madrugada do dia 1.º de dezembro de 1999, cita a denúncia, Aciolli teria sido informado que Heider estaria em um táxi no centro de Curitiba. Ao encontrar o rapaz, Aciolli, que na época tinha porte de arma, teria apontado o revólver para Heider, que foi morto com um tiro na nuca.