O advogados de executivos da Camargo Corrêa Celso Vilardi reclamou nesta sexta-feira (27) da forma como as ações penais referentes à sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada em novembro do ano passado, vêm sendo conduzidas pelo juiz federal Sérgio Moro. Em um despacho desta semana, o juiz pediu “serenidade” às defesas em relação às petições que tem sido apresentadas ao longo das ações penais contra os executivos envolvidos em irregularidades na Petrobras.
“O juiz nos pede serenidade, mas nós estamos tendo que colher durante a instrução penal surpresas no dia a dia”, disse Vilardi ao sair de uma audiência nesta sexta-feira (27), na Justiça Federal. O advogado questiona a demora para que a documentação referente às interceptações telefônicas feitas durante as investigações seja anexada ao processo.
“Aqui em Curitiba nós estamos tendo conhecimento dos documentos que são fundamentais das interceptações agora nessa última semana. Toda hora nós somos surpreendidos, muitas vezes não temos oportunidade de questionar testemunhas porque os documentos não foram entregues”, reclama a defesa dos executivos. “A questão especificamente da parte telefônica o delegado infelizmente não cumpriu o prazo que a ele foi assinalado, trouxe documentos incompletos, as operadoras ainda não mandaram documentos. Um questionamento que teria que ser feito antes do começo da prova está sendo jogado para o último dia da instrução. Isso complica a vida da defesa”, concluiu o advogado.
Imprensa
Celso Vilardi também comentou sobre matérias veiculadas recentemente pela imprensa que repercutiram no processo. Uma reportagem publicada pela Folha de S. Paulo nos últimos dias referente as condições da carceragem da Polícia Federal em Curitiba motivou um despacho do juiz Sérgio Moro determinando que os executivos se manifestassem em relação à preferência por continuarem presos no local ou serem transferidos a presídios estaduais. Todos os executivos afirmaram preferir permanecer na carceragem.
“Eu apenas lamento que a defesa tenha que falar sobre reportagem de jornal. Eu não conduzo reportagem de jornal, eu não sou jornalista, eu não opino nas edições. Já é a segunda vez que isso acontece”, disse o advogado.
Outra matéria comentada por Vilardi foi em relação ao suposto encontro de advogados da Camargo Corrêa com o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. A notícia motivou um despacho de prisão preventiva de Moro contra os executivos. Vilardi nega que o encontro tenha ocorrido.
“Meu cliente tem um despacho de prisão preventiva porque um jornalista publicou que a Camargo Corrêa teve reunião com o Ministro da Justiça. Eu não tive. Eu não fui nem para Brasília”, garante Vilardi.