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O advogado de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, Roberto Parentoni, se retirou do plenário do Tribunal do Júri, no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste da Capital, após ter negado o pedido de adiamento do julgamento.

Marcola é acusado de mandar assassinar o juiz-corregedor Antônio José Machado Dias em 2003.

Na saída da sala, após cerca de 30 minutos do início do júri, Parentoni disse que "nem na ditadura" o direito do cidadão era cerceado dessa forma.

"Há patente cerceamento de defesa, patente contrariedade à Constituição Federal. Não dá para permanecer enquanto os mandados de segurança não forem julgados pela instância superior. Os direitos de garantia não podem ser violados. O Poder Judiciário não pode se curvar a uma portaria da SAP. Eu não posso nem dialogar com meu cliente sobre o processo. Não consegui entrar no presídio."

O juiz Alberto Aderson Filho determinou que a Defensoria Pública coloque alguém à disposição de Marcola para o julgamento. Uma nova data, no entanto, será marcada.

O outro acusado de ter ordenado o crime, Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, chegou por volta das 11h30 ao fórum sob escolta de carros da Polícia Militar. Ele será julgado nesta quinta. O sorteio dos jurados foi feito após Parentoni deixar o plenário. Carambola também é tido como um dos chefes da facção. Tanto ele quanto Marcola estão presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Ele saiu da prisão sob um rígido esquema de vigilância.

O juiz-corregedor de Presidente Prudente Antônio José Machado Dias foi morto em uma emboscada, em 14 de março de 2003, quando deixava o fórum da cidade, a 558 km de São Paulo. Ele fiscalizava o CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes, apontado, na época, como o presídio mais rígido do país.

Os delegados Rui Ferraz Fontes e Godofredo Bittencourt serão as duas testemunhas da acusação.

Carambola terá três testemunhas de defesa.

Marcola e Carambola foram denunciados pelo Ministério Público com base em depoimentos de outros acusados, que afirmaram que a ordem foi dada pelos dois em razão da rigidez do juiz na concessão de benefícios a presos da região. Os dois negam. Além de Marcola e Carambola, outras quatro pessoas foram denunciadas pelo assassinato e três já foram condenadas.

Marcola não viajou a São Paulo porque não conseguiu se reunir com seu advogado, que fez o aviso à Justiça.

O réu já foi condenado a quase 40 anos de prisão por vários roubos. Ele também responde a outros processos, alguns decorrentes da onda de ataques a bases da PM em 2006. Naquele ano, ônibus também foram incendiados e policiais foram mortos em diversas ações pelo estado.

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