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O advogado José Eduardo Alckmin forneceu na noite desta quarta-feira detalhes do depoimento da secretária Gabriela Kenia Martins à Polícia Federal. Segundo o advogado, Gabriela disse que pegou um cheque com o empresário Sebastião Buani a pedido de Severino Cavalcanti Jr, filho do deputado Severino Cavalcanti e já falecido. O cheque seria um empréstimo para o pagamento de material de campanha de Junior, candidato em 2002 a deputado estadual em Pernambuco. Ela disse que lembra apenas que o material foi adquirido em uma gráfica de Brasília e o dono da gráfica se chama Fabiano, sem dar mais detalhes do estabelecimento. Segundo o advogado, ela não mencionou o cheque no primeiro depoimento à PF, porque o delegado havia perguntado apenas sobre o pagamento de um mensalinho.

A secretária relatou que quando foi pegar o cheque com Buani, o empresário ligou para a gerente do Bradesco Jane Albuquerque autorizando o saque. Gabriela disse que quando chegou à agência, já havia encerrado o expediente ao público, mas mesmo assim a gerente a recebeu. Foi a própria Jane que escreveu o nome de Gabriela no cheque e atrás o valor de R$ 690, que seria o valor correspondente ao pagamento dos juros. Gabriela disse que o deputado Severino Cavalcanti não tomou conhecimento do empréstimo.

Para o advogado, o surgimento desse cheque mostra a inconsistência das versões apresentadas anteriomente por Buani. Alckmin destaca que o cheque não foi descontado pelo motorista de Severino, nem se refere a 2003, quando o empresário afirma ter começado a pagar o mensalinho. O advogado informou também que Gabriela não foi indiciada pela Polícia Federal após o depoimento.

- Há uma inconsistência absoluta. A cada dia ele muda a versão. Há uma falta de seriedade - disse Alckmin.

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