O advogado Mário de Oliveira Filho vai entrar nesta sexta-feira no Superior Tribunal de Justiça com um pedido de liberdade provisória de Suzane von Richthofen, acusada de matar os pais, Marísia e Manfred, em agosto de 2002. Ele disse que não entendeu a decisão da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, que negou nesta quinta-feira, por unanimidade, o pedido de soltura de Suzane, feito por meio de hábeas-corpus.
- Simplesmente não entendi. Suzane não representa uma ameaça ao irmão, como diz o promotor público Roberto Tardelli. A saída dela da cadeia também não atrapalha em nada a prova dos autos, como argumenta o promotor. O desembargador tinha concordado que isso era ilação do promotor, uma ficção, mas depois voltou atrás na hora de dar a decisão, que me parece muito mais política do que jurídica - disse Mário de Oliveira.
Suzane voltou à cadeia no último dia 10 de abril, a pedido do Ministério Público. O juiz Richard Chequini, da 1ª Vara do Júri da capital, considerou que a permanência dela fora da prisão representava ameaça ao irmão, Andreas von Richthofen. Os dois brigam na Justiça pela herança dos pais, avaliada em R$ 2 milhões. O juiz considerou ainda que ela poderia fugir. O pedido do Ministério Público foi feito depois de uma entrevista ao 'Fantástico', na qual ela foi orientada a chorar e se mostrar arrependida.
- Também não é verdadeiro o argumento do promotor Tardelli de que Suzane poderá deixar o país se for solta. Ela não pretendia deixar o país - disse Mário de Oliveira, que criticou a exposição que o promotor está dando ao caso.
- Eu não estou defendendo o direito de matar, mas o direito jurídico de uma pessoa - afirmou.
O julgamento de Suzane está marcado para o dia 5 de junho, juntamente com os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, réus confessos do crime. O Tribunal de Justiça determinou nesta quinta-feira que sejam encaminhadas à Corregedoria da Polícia Judiciária e ao procurador geral de Justiça as peças do processo sobre o uso de algemas em Suzane no dia em que ela se entregou à Justiça. Os advogados de Suzane consideraram abusivo o uso das algemas e o fato de ela ter permanecido presa à parede no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Na ocasião, o DHPP alegou que o procedimento é normal.
Daniel e Cristian desferiram os golpes que mataram os pais de Suzane, que estavam dormindo quando foram agredidos. Daniel era namorado de Suzane, que confessou ter planejado o crime e facilitado a entrada dos dois irmãos na casa onde morava. Durante o assassinato, Suzane ficou na biblioteca. Em seguida, ajudou os dois a arrumarem a cena do crime, para que parecesse um assalto. A farsa foi descoberta depois que Cristian usou dólares levados do cofre do casal Richthofen para comprar uma motocicleta depois do crime.
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