Advogado de Valério não reconhece lista de 102 nomes como autêntica

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A lista divulgada pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS), contendo novos nomes de supostos sacadores das contas do empresário Marcos Valério, foi apresentada como parte de um processo no Supremo Tribunal Federal no qual seriam investigados Valério e o presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), ex-governador do estado, por causa de um patrocínio dado pelo governo ao Enduro da Independência sem licitação.

A relação - sem identificação ou os carimbos que tradicionalmente existem nas peças processuais - contém 102 nomes de políticos do PSDB, do PFL, do PTB, do PRN, do PSL, do PSB, do PSN e do PSD. Eles teriam sido os destinatários de cerca de R$ 9,4 milhões pagos por Marcos Valério durante a campanha de 1998.

Da lista, constam ainda quatro repasses que teriam sido feitos a representantes do PT. Entretanto, não aparecem os nomes dos beneficiados. Entre os integrantes da lista há deputados federais que exercem mandato atualmente na Câmara em Brasília. Além deles, dois ex-prefeitos e sete ex-deputados estão entre os supostos beneficiários.

O advogado de Valério, Marcelo Leonardo, de quem Pimenta disse ter recebido a lista na madrugada desta quarta na garagem do Senado, não reconhece a relação de beneficiários como autêntica. Valério já admitiu ter repassado dinheiro para a coligação que apoiava Azeredo em 1998. Segundo seu depoimento na Procuradoria-Geral da República, teriam sido tomados R$ 9 milhões em empréstimos para a campanha. Deste total, o empresário, explicou seu advogado, já prestou contas de R$ 6,4 milhões à CPI do Mensalão.

Segundo Leonardo, Valério entregou uma lista com os nomes de aproximadamente 70 pessoas que ele tinha comprovantes de ter pago, apresentou a proposta pela qual o publicitário Duda Mendonça se comprometeria a cobrar R$ 4,5 milhões pela campanha e o recibo de pagamento dos R$ 100 mil pagos a Sensus por pesquisas de opinião. O resto do dinheiro, cerca de R$ 2,6 milhões, explicou o advogado, foi entregue ao então tesoureiro da campanha Cláudio Mourão. Portanto, só ele poderia prestar contas destes recursos.