Em encontro na Assembleia Legislativa de São Paulo, o advogado Valter Picazio Júnior entregou nesta quinta-feira (25) ao autor do requerimento de abertura da CPI da Bancoop, deputado Samuel Moreira (PSDB), representação que detalha os prejuízos que teriam sido causados a 8.500 famílias pela Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo. Picazio, que representa 18 grupos de cooperados, alega no documento que, do total de famílias prejudicadas, em torno de 3 mil nem sequer receberam os imóveis da cooperativa, que facilitava o acesso aos bens a preço de custo. "São famílias que foram lesadas. Esperamos por meio da CPI reparação aos prejudicados e punição aos responsáveis", cobrou.
O advogado pediu também na representação esclarecimentos por parte de dirigentes da Bancoop sobre o destino de R$ 43 milhões que teriam sido captados pela entidade por meio de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), criado pela cooperativa em 2004. "Essas vítimas têm o direito de saber como foram usados esses recursos. Segundo o que apuramos, nada foi construído com esse dinheiro", disse Picazio.
O advogado incluiu ainda no documento o nome de empresas contratadas pela Bancoop na época, como a Conservix e a Germany, que, segundo ele, agiam como fachada para o desvio de verba para campanhas políticas do PT. "Uma delas chegou a receber da Bancoop R$ 60 mil mensais", acusou o advogado.
A representação será entregue nos próximos dias ao presidente da CPI da Bancoop, que deve ser escolhido até o dia 30 de março. Hoje, foi o último dia para que os partidos que integram a Casa enviassem ao presidente Barros Munhoz (PSDB) a lista de representantes que irão compor a CPI. Serão escolhidos 9 membros efetivos e 9 suplentes. Os nomes dos componentes da CPI devem ser publicados amanhã (26) do "Diário Oficial do Estado".
A CPI da Bancoop foi instalada no dia 10 e pretende investigar denúncias que apontam a existência do esquema de desvio de dinheiro da cooperativa para campanhas do PT. De acordo com o Ministério Público, as supostas fraudes chegariam a R$ 100 milhões. Pela tradição da Casa, o próprio proponente da CPI, Samuel Moreira, deve presidi-la. A comissão funcionará no prazo regimental de 120 dias, com possibilidade de prorrogação.
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