Procurado pelo GLOBO, Antônio Mariz, advogado de Michel Temer, reconheceu as citações, mas negou qualquer irregularidade vinculada ao vice. Ele disse que Temer não apresentou emendas para as obras das rodovias de Araçatuba e Praia Grande. Portanto, não haveria qualquer motivo para receber contrapartida da Camargo Corrêa.
“Falei com o vice, e ele me explicou o que eu já sabia. Aqueles dois fatos teriam ocorrido no início dos anos 1990/1991. Ele estava ocupando a Secretaria de Segurança Pública. Ele não poderia apresentar emenda alguma em prol das obras”, ressalta Mariz.
O advogado afirma ainda que João Henriques e Zelada foram indicados pela bancada do PMDB de Minas Gerais, e não por Temer. O vice-presidente teria apenas dado sequência à indicação. O padrinho de Zelada e João Henriques seria o ex-deputado Fernando Diniz (PMDB-MG), já falecido. A assessoria de imprensa da vice-presidência diz que, de fato, Temer recebeu R$ 5 milhões da OAS, mas negou qualquer irregularidade na transação. Segundo a assessoria, a doação foi devidamente registrada nas contas apresentadas por Temer à Justiça Eleitoral, depois das eleições de 2014.
A assessoria também informa que as declarações de Júlio Camargo foram rebatidas por Fernando Baiano. Num dos depoimentos da delação, Baiano negou que tenha atuado como operador do PMDB. Segundo um assessor de Temer, o vice não conhece e nunca teve contato com Baiano.
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