• Carregando...
Delatores prestaram depoimento no Centro Judiciário do Santa Cândida, em Curitiba. | Antônio More/Gazeta do Povo
Delatores prestaram depoimento no Centro Judiciário do Santa Cândida, em Curitiba.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

depoimento longo

O delator foi confrontado nesta quinta (15) com dados prestados por ele em 2005. Em vários momentos ele disse não se lembrar.

O advogado Antonio Carlos Brasil Fioravante Pieruccini, que atuou no esquema Copel/Olvepar como representante da massa falida da empresa Olvepar, afirmou na quinta-feira (15) em depoimento prestado ao juiz Fernando Fischer que, durante uma conversa com Alberto Youssef, o doleiro o informou sobre uma suposta oferta de dinheiro que haveria do então conselheiro do Tribunal de Contas Heinz Herwig para que os dois não revelassem o esquema aos investigadores.

Depoimento longo

O delator foi confrontado com dados prestados por ele em 2005. Em vários momentos ele disse não se lembrar do caso.

“Youssef me contou que haveria uma proposta do Heinz neste sentido”, disse Pieruccini, que só se lembrou do episódio depois que o promotor de Justiça Jacson Zilio leu um trecho da colaboração feita pelo próprio advogado no ano de 2005, na qual constava a oferta do dinheiro, no valor de R$ 3 milhões.

Na quinta-feira (15), ao longo de um depoimento tumultuado, de quase duas horas, Pieruccini foi constantemente confrontado com informações prestadas por ele em 2005 e em vários momentos o advogado afirmou não se lembrar dos relatos passados.

O advogado de Heinz Herwig e Ingo Hubert, Roberto Brzezinski Neto, disse que só soube que Pieruccini estava como colaborador neste processo criminal do caso Copel/Olvepar nesta quinta e chegou a pedir o adiamento da audiência. O juiz Fernando Fischer indeferiu o pedido, mantendo os interrogatórios previstos para o dia.

A nova delação de Pieruccini foi homologada nesta semana, mas nem mesmo as declarações feitas pelo advogado em 2005 eram conhecidas de Brzezinski Neto. Os depoimentos antigos, entre outras peças ligadas ao processo, estavam desaparecidos (leia mais ao lado).

Histórico

A parte criminal do caso Copel/Olvepar tramita há mais de 12 anos na Justiça Estadual, enfrentando tropeços que incluem mudanças de instâncias judiciais e anulação de procedimentos, devido a uma discussão sobre o foro por prerrogativa de função de envolvidos no processo. Nesse processo , além de Youssef, Pieruccini, Ingo e Heinz, há mais quatro outros réus.

Entre as testemunhas arroladas pelas defesas nos últimos anos, estão nomes que pertenciam ao grupo político de Jaime Lerner e que ainda estão presentes no cenário político do Paraná, como o deputado estadual Ademar Traiano (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa; o deputado federal Valdir Rossoni (PSDB); e o ex-deputado federal Eduardo Sciarra (PSD), secretário estadual na gestão Beto Richa (PSDB).

O caso Copel/Olvepar também rendeu denúncia contra o ex-governador do Paraná Jaime Lerner pelos crimes de peculato e formação de quadrilha junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em junho de 2010, o STJ rejeitou a denúncia contra Lerner, pois os ministros entenderam que não haveria prova de que ele teria ciência do crime praticado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]