STF vai apurar se Renan usou dinheiro de lobista para pagar pensão

O processo que ameaça o mandato do presidente do Senado chegou na segunda-feira (6) ao STF. A pedido do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, a Corte abriu inquérito para apurar a origem do dinheiro usado pelo lobista Cláudio Gontijo, da Mendes Júnior, no pagamento de despesas pessoais do senador.

A denúncia de que o senador teria usado laranjas na compra de duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas também deve ser acrescentada à investigação no STF, segundo informou o procurador Antonio Fernando.

Na segunda-feira, Renan minimizou o pedido do procurador-geral para abertura de inquérito contra ele no STF. Renan argumentou que o procurador apenas atendeu a um pedido que ele próprio lhe fizera. Quanto às denúncias de que seria sócio oculto de duas rádios em Alagoas, Renan preferiu partir para o ataque contra a revista "Veja", que publicou a reportagem.

Tanto em rápida entrevista concedida segunda-feira na chegada ao Congresso, como em carta encaminhada a cada um dos 80 colegas no Senado, Renan alega ser alvo de uma campanha difamatória promovida pela revista para encobrir "negócios suspeitos da Editora Abril, no caso, a venda da TVA para uma empresa internacional por R$1 bilhão".

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Um dia depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) abrir inquérito para investigar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a Mesa Diretora reúne-se nesta terça-feira (7) para analisar a segunda representação apresentada pelo PSOL contra Renan, que pede a investigação das denúncias de que ele teria feito lobby para a Schincariol.

O presidente do Senado teria feito uma intervenção junto ao INSS e à Receita Federal em favor da cervejaria - que comprou por R$ 27 milhões uma empresa do irmão de Renan, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), avaliada em menos de R$ 10 milhões.

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Também nesta terça-feira, o DEM e o PSDB analisam se apresentam nova representação por quebra de decoro contra o presidente do Senado. A revista "Veja" publicou no fim de semana que Renan teria comprado um grupo de comunicação em seu estado utilizando laranjas, pagando R$1,3 milhão em dinheiro vivo e omitido a transação das autoridades fiscal e eleitoral.

O líder do DEM, senador Agripino Maia (RN), que reunirá a bancada para avaliar o caso nesta terça-feira, considera insustentável a permanência de Renan no comando do Senado. O senador defendeu, na segunda-feira, que os parlamentares do partido abandonem todas as sessões presididas por Renan. "Uma coisa me incomoda e me incomoda muito: passar ao país que nós estamos em paz aqui no Senado. Estamos constrangidos, e muito, perante nós mesmos e perante a sociedade - pela investigação que não termina, pelo veredicto que não foi dado, pelas acusações que são feitas ao presidente que foi eleito", disse Agripino.

O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), que também convocou a bancada para analisar a proposta do DEM, voltou a cobrar o afastamento de Renan do comando da Casa. "O fato é que, como está, não é possível que a situação perdure. Insisto que é muito mais justo para com a nação e até muito mais confortável para o senador afastar-se da presidência da Casa. Estamos entre a cruz e a caldeirinha. A instituição não pára de sangrar e isso tem gerado uma grande indisposição por parte de vários senadores. Temos matérias importantes a serem votadas, entre elas o Super Simples".