Os advogados de defesa, Celso Salles e Celso Queiroz, dos acusados Carlos Eduardo, Diego e Thiago, pediram o afastamento do promotor José Luis Ferreira Marques do caso do menino arrastado João Hélio Vieites. Segundo eles, o promotor participou da coleta de provas durante a elaboração do inquérito, o que o impediria de atuar em juízo. O pedido ainda não foi julgado.
Audiência
Terminou, nesta sexta-feira (9), o segundo dia da audiência das testemunhas convocadas pelos advogados de acusação do caso João Hélio, morto no dia 7 de fevereiro. É nesta fase que as testemunhas de acusação apresentam suas versões para o crime.
Entre as testemunhas convocadas pelos advogados estão PMs e o menor de 16 anos, suspeito de ter participado do crime. O menor foi ouvido apenas como testemunha, pois será julgado na Vara da Infância e da Juventude.
Menor nega participação no crime
Segundo o advogado de defesa de três envolvidos no crime, Celso Salles, o menor entrou em contradição no depoimento prestado à juíza. Ele explicou que no testemunho à 2ª Vara da Infância e Juventude o menor confessou o crime. Já para a juíza Angélica dos Santos Costa, da 1ª Vara Criminal de Madureira, no subúrbio do Rio, ele afirmou que é inocente. O acusado também teria relatado que sofreu maus-tratos na instituição para menores infratores, onde espera o resultado final do caso.
Na audiência desta sexta, o adolescente culpou Carlos Eduardo seu irmão e Diego, alegando serem eles os autores do crime. O menor incriminou também Thiago, o motorista do táxi que levou o grupo até o local do roubo. Segundo ele, Thiago estava acostumado a fazer 'bonde', como é conhecido o transporte de criminosos até o local do delito. Já Carlos Roberto, também conhecido como pescocinho, estaria fazendo o transporte pela primeira vez.
Além do menor, cinco Policiais Militares foram convocados pelo Ministério Público para depor, mas apenas quatro compareceram. Um deles, no entanto, foi dispensado porque a promotoria não achou necessário ouvi-lo.
Os quatro maiores acusados de terem participado do crime, Carlos Eduardo Toledo Lima, Diego Nascimento da Silva, Carlos Roberto da Silva e Thiago de Abreu Mattos, estiveram presentes em todos os depoimentos.
Na quinta-feira (15), as testemunhas convocadas pelos advogados de defesa serão ouvidas.
Contradições
Segundo os advogados de defesa, o processo está cheio de suposições. "Não tem nenhuma certeza", diz Celso Queiroz, que advogada para Carlos Eduardo, Diego e Thiago.
Para os advogados de defesa, todos os depoimentos, até o momento, tiveram contradições, a não ser o de Rosa Cristina Fernandes Vieites. "Ela foi a única que falou com calma, serenidade e coerência", informou Celso Salles, que advoga ao lado de Queiroz. No depoimento ouvido na quinta-feira (8), a mãe do menino João Hélio disse não ter visto o menor dentro do carro.
Salles e Queiroz disseram ainda que Rosa declarou ser Diego o motorista do carro. As outras testemunhas, no entanto, teriam dito que ele estava no banco do carona. Para eles, essa contradição é a prova de que existem falhas no processo.
Também na quinta-feira (8), o motoqueiro Wagner Cândido Mendes, de 22 anos, que perseguiu o carro roubado da Rua João Vicente à Capitão Couto Menezes, identificou por meio de um vidro Carlos Eduardo Toledo Lima, como o jovem que dirigia o veículo, e Diego da Silva, como o carona, mas não tinha certeza se havia uma terceira pessoa.
Mãe de João Hélio identificou dois acusados na Vara da Infância e Juventude
Rosa, mãe de João Hélio, já tinha reconhecido dois acusados do crime que matou seu filho no depoimento que prestou ao Juizado de Infância e Adolescência, na tarde de terça-feira (6). Eles seriam Diego Nascimento da Silva e Carlos Eduardo Toledo Lima.
A identificação foi por meio de uma fresta, fazendo com que Rosa não ficasse em nenhum momento frente a frente com os acusados.
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