Os advogados de Fernando Baiano e Nestor Cerveró reclamaram nesta quarta-feira (13), na saída da audiência na Justiça Federal de Curitiba, de contradições entre os depoimentos dos delatores Júlio Camargo e Alberto Youssef. Os quatro são réus na ação penal que aponta suposta propina de R$ 53 milhões na compra de dois navios sonda da Samsung pela Petrobras e foram interrogados no processo nesta quarta-feira . “Hoje houve uma contradição entre Júlio Camargo e Youssef”, disse Edson Ribeiro, advogado de Cerveró. Ele não especificou a contradição, mas garantiu que não diz respeito a seu cliente. “Várias contradições, um desmentindo o outro”, disse o advogado de Fernando Baiano, Nélio Machado. “Um exemplo específico é que o episódio narrado pelo senhor Júlio diz respeito muito mais à intermediação de negócio do que propriamente a uma corrupção, que não foi demonstrada de modo algum”, explica.
Dos quatro réus, apenas Youssef e Camargo não optaram pelo silêncio no interrogatório desta quarta. Os dois firmaram acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e, por isso, perderam o direito ao silêncio. “A defesa se sente cerceada, já que alguns elementos de prova não foram disponibilizados à defesa. Sendo assim, se eu não posso produzir uma defesa técnica eficiente, conhecedor de toda a prova, não posso me permitir que meu cliente se manifeste”, disse Ribeiro em relação ao silêncio de Cerveró.
“[Fernando Baiano] ficou em silêncio porque a defesa está absolutamente cerceada”, disse Machado.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada