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Nome do PSDB para o Planalto, o senador Aécio Neves (MG) criticou na manhã desta segunda-feira (28) declaração dada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma rede de TV portuguesa sobre o julgamento do mensalão.

O tucano disse que ao criticar o STF, o ex-presidente Lula "não faz bem à democracia" nem "honra a história de um homem que foi presidente da República".

Lula disse à rede RTP que o mensalão "teve 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica". "Não entendo como ele chegou a essa contabilidade (...). É lamentável vermos um ex-presidente da República fazer afirmações que depõem contra o poder Judiciário, esteio da democracia brasileira", disse Aécio.

"Essa declaração não engrandece o currículo do ex-presidente. Pela importância do cargo que ocupou, ele deveria ser ele o primeiro a zelar pelo respeito às nossas instituições. Foi uma declaração infeliz", concluiu Aécio.

Aécio falou sobre o assunto após dar uma palestra a empresários da Associação Comercial de São Paulo. Em sua fala no evento, Aécio fez duras críticas à condução do governo da presidente Dilma Rousseff e ao PT. Segundo ele, esta administração "mercantilizou a gestão da política". Aécio repetiu diversas vezes que se sente "preparado" para assumir o país.

Ele chegou a dizer que acredita que Dilma possa ficar fora do segundo turno, dada a insatisfação com sua gestão. A declaração não encontra amparo nas pesquisas eleitorais, que, embora apontem queda na popularidade da presidente, mostram que, se as eleições fossem hoje, ela se reelegeria no primeiro turno.

O tucano disse já ter falado sobre o assunto com o ex-governador Eduardo Campos (PE), pré-candidato do PSB ao Planalto. Campos tem Marina Silva como vice e mantém uma relação amigável com Aécio. Em alguns estados, PSDB e PSB montaram juntos seus palanques.

"Eduardo e eu temos a responsabilidade de conversar. Não temos sequer o direito de não conversar. Esse é o fato novo dessa eleição. As oposições estão demonstrando maturidade. Não acho fora de propósito que podemos chegar nós dois no segundo turno. O PT terá que trabalhar muito para não ficar fora do segundo turno", afirmou.

PSD

Aécio comentou ainda a tentativa de aproximação entre os tucanos e o ex-prefeito Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD. Ontem, o senador mineiro jantou na casa de Kassab, ao lado governador Geraldo Alckmin e do ex-governador José Serra.

No campo nacional, Kassab declarou apoio à reeleição de Dilma. Mas Alckmin tem buscado um acordo com o prefeito no Estado, o que reacendeu a esperança de que o PSD possa rever sua posição de alinhamento ao PT na eleição presidencial.

"As alianças são feitas nacionalmente sem atender as realidades locais. Ao seu tempo e ao seu modo o governador Alckmin vai construir uma aliança que, tenho certeza, pelo bem de São Paulo, vai levá-lo à vitória", disse Aécio. Ele afirmou que é preciso "respeitar" a posição nacional anunciada pelo PSD, mas ressaltou a "amizade" que tem com Kassab.

"Foi um encontro entre amigos, não houve encaminhamento de decisão política", disse.

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