O senador eleito por Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) criticou neste sábado a composição do Ministério da presidente Dilma Rousseff ao afirmar que seu Estado foi excluído politicamente do primeiro escalão do governo da petista. Aécio elogiou o ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-aliado Fernando Pimentel (PT), mas disse que a escolha de seu nome para a pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior foi feita como parte da cota pessoal da presidente.
"Eu vejo que Minas, do ponto de vista político, ficou excluída do atual governo. Eu espero que isso não signifique a exclusão dos investimentos que nós precisamos ter em Minas, nas nossas rodovias, no metrô de Belo Horizonte, nos nossos aeroportos, na saúde e na educação", afirmou o tucano, após participar da solenidade de posse do governador Antonio Anastasia (PSDB).
No entanto, Aécio voltou a dizer que espera ter com Dilma uma relação democrática e republicana e que está convencido de que não haverá discriminação ao estado. Ele evitou especular sobre o comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva daqui para frente.
Mas lembrou que Lula já disse algumas vezes que demonstrará na prática como deve agir um ex-presidente da República: "Vamos aguardar e observar qual é a forma que ele compreende que seja a mais adequada para um ex-presidente da República."
Refundação
Aécio reiterou que pretende trabalhar por um Congresso Nacional mais independente em relação ao Executivo e disse que já vem negociando com os futuros colegas, inclusive com senadores da base do governo, uma proposta de fortalecimento da federação.
Ele voltou a criticar o que considera uma relação de subserviência do Parlamento em relação ao governo, destacando que o Congresso tem de construir sua própria agenda e "não pode ficar caudatário dos interesses exclusivos do Executivo". Para ele, há atualmente "um campo fértil" para adoção de medidas de proteção aos municípios, por exemplo. "Esse é o primeiro passo para refundarmos também a federação no Brasil."
Potencial líder da oposição, Aécio descartou a possibilidade de presidir o Senado e defendeu a composição da direção do Parlamento com base na proporcionalidade. Prometeu, contudo, uma atuação parlamentar "vigorosa".
"Acredito que em dois meses após a nossa posse nós possamos apresentar ao Brasil uma agenda que fale de reforma política, que fale da questão tributária, da própria reforma do Estado brasileiro e, principalmente, que fale da Federação, fortalecimento de estados e municípios", afirmou.
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