De olho em ampliar o tempo de sua campanha à Presidência da República no horário eleitoral, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu nesta quarta-feira (4) o apoio de quatro partidos "nanicos" à sua pré-candidatura. PMN, PTdoB, PTC e PTN formalizaram a adesão ao nome do tucano, mas, juntas, as siglas não devem somar nem um minuto a mais na propaganda política do senador.
Pela divisão preliminar do tempo de rádio e TV, que só será concluída após as alianças definitivas de cada candidato, Aécio deve ter menos de quatro minutos contra mais de dez somados pela presidente Dilma Rousseff. Os quatro partidos que aderiram à campanha de Aécio devem reunir cerca de 20 segundos a mais para o tucano.
Aécio reconhece que Dilma vai monopolizar o horário eleitoral, mas disse que a diferença de tempo não será suficiente para beneficiar a petista. "A presidente ficará com o tempo de TV, nós ficaremos com o trabalho, o esforço de homens públicos que não querem que o Brasil continue sendo governado da forma que está sendo nos últimos anos", afirmou.
O senador disse que Dilma "distribui espaço de poder a rodo" para somar "alguns segundos na propaganda eleitoral". "Ela faz isso distribuindo diretorias de bancos, ministérios, cargos públicos sem qualquer constrangimento. Acho até que a presidente levará alguns segundos de alguns desses partidos, mas não levará a alma, o coração e a consciência daqueles que mesmo nesses partidos sabem que o Brasil precisa viver um processo rápido de mudança."
O senador negou que esteja em busca de "nanicos" somente para ampliar sua exposição no horário eleitoral. "Fico imensamente feliz de ver que esse apoios estão vindo com muita naturalidade de pessoas que estão compreendendo que a nossa candidatura possa efetivamente significar a mudança verdadeira e corajosa que o Brasil precisa viver", afirmou.
Presidente do PMN, Telma Ribeiro disse que o embarque no partido na candidatura de Aécio demonstra a posição da sigla em defender mudanças na gestão do país. "Eu não acredito em apoio por apoio. Isso não pode se transformar apenas em jogo de interesse pessoal. Precisamos é resgatar a dignidade da nossa população", afirmou.
Críticas
Aécio disse concordar com o marqueteiro João Santana, um dos envolvidos na campanha de reeleição de Dilma, que a "coisa está realmente feia" para o governo federal. Segundo a Folha de S.Paulo, o publicitário traçou um cenário sombrio na reunião de campanha de Dilma na noite de anteontem no Palácio da Alvorada.
Diante do ex-presidente Lula e da atual presidente, o publicitário teria apresentado pesquisas mostrando que caiu a confiança do eleitor na capacidade do governo para promover mudanças.
"Eu concordo com o marqueteiro mor do governo, João Santana. A coisa está realmente feia para o governo. Mas deveriam ter percebido isso lá atrás quando aparelharam de forma irresponsável a máquina pública, desqualificando a gestão pública, permitindo que os mal feitos pudessem avançar por todas as áreas do governo", afirmou Aécio.
Já se colocando como candidato, o tucano disse que será "a alternativa mais responsável" à Presidência, com "experiência e quadros para fazer as mudanças que o Brasil espera". "O que eu percebo por onde eu ando é apenas um sentimento: já deu. Ninguém aguenta mais o que está se assistindo no Brasil', afirmou Aécio.
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