Presidida pelo senador Aécio Neves (MG), a direção executiva nacional do PSDB decidiu intervir nos diretórios municipais que, para a cúpula tucana, não se empenharam o suficiente nas campanhas estaduais e presidencial do partido em 2014. A medida deve afetar quase um terço dessas regionais e foi definida um mês antes da eleição para escolha dos dirigentes nacionais da legenda pelos próximos dois anos.
Dilma diz ter certeza de que campanha ‘não teve suborno’
Dilma também disse que prestou contas ao tribunal eleitoral e que elas foram “auditadas e aprovadas”
Leia a matéria completaEm reunião fechada, na quarta-feira, 8, na sede do PSDB em Brasília, os tucanos estabeleceram uma “cláusula de desempenho”: os diretórios municipais que não obtiveram pelo menos 6% dos votos válidos do respectivo Estado, porcentual equivalente à metade da média de desempenho nacional do partido, terão suas direções obrigatoriamente renovadas. No caso dos diretórios estaduais, a renovação ocorrerá nas unidades federativas em que o PSDB tiver representação em menos de 10% das cidades.
“Percebemos em determinados diretórios que não houve empenho com as candidaturas colocadas pelo partido. Queremos acabar com os cartórios que existem no PSDB”, afirmou Aécio ontem aos jornalistas.
O senador evitou dizer quais seriam as cidades e Estados mais afetados pela intervenção, mas, segundo um deputado que participou do encontro, os locais mais problemáticos são Sergipe, Maranhão, Tocantins e Piauí. A expectativa da cúpula tucana é que pelo menos 30% dos diretórios municipais do partido passarão por uma troca forçada de comando.
“Isso permitirá que dirigentes estaduais reorganizem o partidos nos municípios sem constrangimento”, afirma João Almeida, diretor de gestão corporativa do PSDB nacional.
O principal objetivo do partido neste momento é fortalecer sua estrutura orgânica principalmente nos Estados do Nordeste, onde a presidente Dilma Rousseff teve sua maior votação contra Aécio nas eleições do ano passado e o PT se sobrepôs aos tucanos desde a chegada do partido ao Palácio do Planalto. “O PSDB vai crescer de forma consistente com essa medida, e no Brasil inteiro”, avaliou Felipe Sigollo, presidente do conselho fiscal da legenda.
Para ele, a intervenção eliminará caciques locais que usam o partido como instrumento político. O PSDB detectou casos em que os dirigentes locais apoiam candidatos ou governantes que são adversários dos tucanos no plano nacional.
Além de tentar renovar suas direções regionais, o PSDB lançará no dia 5 de maio uma campanha nacional de filiação que será focada em dois segmentos: os jovens de 16 a 24 anos e as mulheres. Pesquisas da sigla mostraram que a simpatia aos tucanos vem crescendo de forma consistente nesse público. “Vamos ter um foco nas universidades”, explicou Aécio.
Segundo o senador e presidente nacional do PSDB, o partido está investindo em quadros do movimento estudantil, que estão entrando em disputas por centros acadêmicos e Diretórios Centrais Estudantis (DCEs), entidades tradicionalmente comandadas por partidos como PT, PC do B e PSOL.
A comunicação do PSDB também está sendo incrementada, especialmente nas redes sociais. As bancadas de deputados estaduais e federais e os diretórios regionais unificaram a linguagem visual e o discurso. A estratégia foi usada na campanha presidencial de Aécio, no ano passado, e foi mantida, ganhando mais densidade depois das manifestações de rua contra Dilma em todo o País, no mês passado.
Governo se divide sobre avançar com PEC das candidaturas para não gerar mais desgaste com militares
Defesa de Bolsonaro planeja culpar militares por tentativa de golpe; acompanhe o Sem Rodeios
Lula avalia contemplar evangélicos em reforma ministerial em busca de apoio para 2026
Dino libera pagamento de emendas parlamentares com ressalvas: “caso a caso”
Deixe sua opinião