Aécio e Serra: mineiro tem a preferência dos tucanos para a Presidência. Ao paulista, restou a prefeitura| Foto: Ricardo Moraes/ Reuters

Apesar de ter se tornado precocemente o principal nome tucano para a disputa presidencial de 2014, com a decisão do ex-governador José Serra de concorrer à prefeitura de São Paulo, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) freou a disputa interna entre aliados mineiros pela sucessão do Palácio da Liberdade. Com a impossibilidade do governador Antonio Anastasia (PSDB-MG) de concorrer à reeleição, Aécio avisou ao seu grupo político que não aceitará pressão para antecipar o calendário.

CARREGANDO :)

Até então com um calendário mais folgado, Aécio já tem consciência de que passará a ser cobrado pelo PSDB para se posicionar imediatamente para a eleição presidencial de 2014. Para tucanos mineiros, uma coisa é certa: apesar de estar preso no projeto local, Serra ainda joga com o acaso e com uma eventual impossibilidade de Aécio, para retomar no futuro o projeto presidencial adiado neste momento. Por isso, a avaliação interna é que Aécio terá que assumir o papel de presidenciável.

Ao mesmo tempo, Aécio precisará cuidar da sucessão estadual em Minas, já que não haveria um nome natural. Para interlocutores, o senador sinaliza que jogará com sua força política no estado para contar com um candidato de confiança. E com isso, manter a influência direta no Palácio da Liberdade. Mas avisa que terá pressa para a escolha do nome.

Publicidade

"Em Minas, nós temos uma construção política muita sólida e com amplo apoio popular. Isso nos dá tranquilidade para que, na hora certa, possamos escolher o melhor nome que encarne a continuidade dos avanços. Além disso, o fato de o PT ter perdido influência em Minas e Belo Horizonte, tornando-se uma força política secundária, nos dá tranquilidade de escolher o melhor nome, na hora certa", afirmou ao Aécio Neves em entrevista.

Oito nomes são cotados para disputa em MG

A posição do senador tucano, não é por acaso. Segundo aliados, confirmada a candidatura presidencial de Aécio Neves, em 2014, a eleição em Minas será plebiscitária. Nesse caso, mesmo estando fora da disputa, ele teria uma grande influência na eleição local. No cenário de Aécio não ser candidato, avaliam interlocutores, ele teria mais dificuldade na disputa regional, já que tem dito que não deseja voltar a disputar o governo de Minas.

Na semana passada, numa reunião da bancada de Minas, em Brasília, o deputado e ex-ministro Saraiva Felipe (PMDB-MG) resumiu o quadro político. Apesar de ser adversário político de Aécio, ele admitiu internamente que seria difícil qualquer candidatura estadual ficar contra o senador na disputa nacional.

"Quem ficar contra o Aécio, terá que colocar na parede a fotografia de Joaquim Silvério dos Reis. Ou seja, será um traidor", reconheceu Felipe, em referência à Inconfidência Mineira.

Publicidade

Aécio terá que ser habilidoso na escolha dos candidatos. Vários nomes de seu grupo estão na disputa: o vice-governador, Alberto Pinto Coelho (PP); o presidente da Assembleia, Diniz Pinheiro (PSDB); o chefe da Casa Civil, Danilo de Castro; o secretário de Ciência e Tecnologia, Narcio Rodrigues; o deputado e ex-governador Eduardo Azeredo; e o presidente regional do PSDB, deputado Marcus Pestana. Especula-se ainda Andréa Neves, irmã de Aécio; e a secretária de Planejamento, Renata Vilhena.