O senador Aécio Neves (PSDB-MG) sugeriu nesta segunda-feira (28) que o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), deveria desistir de sua candidatura à Presidência da Casa e indicar para o cargo um nome que seja aceito por "todo o Congresso" para que seja iniciada "uma nova fase" no Senado. Renan é o mais cotado para substituir o correligionário José Sarney (AP), que deixa o posto na próxima sexta-feira (1º).
Para o tucano, Renan, como líder do PMDB, seria o "maior interessado" em conduzir o partido para indicar um nome "que possa ser tranquilamente aceito por todo o Congresso e não apenas pela bancada" peemedebista. Ao participar de evento nesta segunda-feira em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, Aécio afirmou que o PSDB ainda não tem uma posição definida e que a bancada tucana se reunirá na quinta-feira (30) para "avaliar o caminho a tomar". "Mas acho que cabe ao PMDB criar facilidades para que possamos ter um nome que agregue a todas as forças políticas do Congresso Nacional, para que o Senado inicie uma nova fase", declarou.
Denúncias
Renan pode assumir a Presidência do Senado, pela terceira vez, em meio a diversas polêmicas. O jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o peemedebista usou sua influência no partido e na Caixa Econômica Federal para transformar Alagoas em uma potência nos contratos do Minha Casa, Minha Vida, favorecendo principalmente a Construtora Uchôa, que faturou mais de R$ 70 milhões em dois anos por meio do programa. O proprietário da construtora, Tito Uchôa é sócio do filho do senador, o deputado federal Renan Filho (PMDB-AL), em outras empresas.
Na semana passada, foi a vez de o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresentar denúncia contra o senador ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo caso que levou Renan a renunciar à Presidência do Senado em 2007 para escapar de uma possível cassação de seu mandato. O peemedebista era suspeito de ter as despesas, como a pensão para a filha que teve com a jornalista Mônica Veloso, pagas por um lobista. Renan teria usado notas fiscais frias para tentar negar a acusação. O caso tramita no STF em segredo de Justiça.