O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), rebateu na manhã desta quinta-feira (17) as declarações de Dilma Rousseff sobre o golpismo dos que falam em impeachment. O senador afirmou que “golpe ou atalho para chegar ao poder é utilizar dinheiro do crime ou da irresponsabilidade fiscal para ganhar votos”. O tucano disse falar “sem fazer pré-julgamentos”, mas para “blindar as instituições” que hoje investigam a presidente: o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nesta quarta-feira (16), a presidente afirmou, em evento em Presidente Prudente (SP), que usar a crise econômica enfrentada pelo país como mecanismo para tentar chegar ao poder é uma “versão moderna do golpe”. “Essas pessoas geralmente torcem para o quanto pior, melhor, e em todas as áreas. Todas elas esperando oportunidade para pescar em águas turvas. Tenho certeza que o Brasil tem uma solidez institucional.”
Ela continuou: “Todos os países que passaram por dificuldade, não vi nenhum propondo ruptura democrática como forma de saída da crise. Esse método de usar a crise como mecanismo para chegar ao poder é uma versão moderna do golpe”.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também reagiu à fala de Dilma. Nesta quarta, ele afirmou que as movimentações a favor do impeachment não são golpistas e ganharam força porque o povo está sofrendo com a crise e se perguntando quando ela vai acabar. “Quem sofre a crise não quer dar golpe, quer se livrar da crise. Na medida em que o governo faz parte da crise, começam a perguntar se [o governo] vai durar. Mas não é golpe”, afirmou antes de dizer que não sabe quem estaria tentando se aproveitar da crise para chegar a poder.
“Obcecada”
Aécio, que foi derrotado pela petista na última eleição presidencial, disse que hoje temos uma mandatária “obcecada com o próprio fim se seu mandato”. “Pela segunda vez”, disse ele, “sem ser instada, a presidente falou em golpe e em atalhos para se chegar ao poder”, prosseguiu. “Concordo com ela em uma frase, e olha que é difícil concordar: a legitimidade do voto é a base da democracia. Isso é correto, desde que esse voto tenha sido obtido de forma legal”, alfinetou.
Ele concluiu dizendo que “felizmente”, é a legalidade das contas da presidente e de sua campanha que se investiga hoje no Brasil.
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