Por meio de nota divulgada nesta segunda-feira, o Comando da Aeronáutica reagiu às informações de que pertences das vítimas do vôo 1907 da Gol, que caiu no norte do Mato Grosso após se chocar com o jato Legacy, teriam sido roubados e inclusive utilizado para fraudes. No texto, a Aeronáutica lembra que que o objetivo principal da missão na mata era a busca e o resgate de sobreviventes.

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A grande aérea onde havia destroços também foi utilizada como argumento pela Força Aérea Brasileira (FAB) para explicar o difícil controle sobre o material que estava na selva. A Aeronáutica informa ainda que, "logo na primeira semana, no local dos destroços, os militares encontraram os primeiros grupos de pessoas estranhas à operação, que imediatamente foram orientados e conduzidos para fora da área de busca". Veja a íntegra da nota:

"A respeito das informações veiculadas pela imprensa nacional sobre os pertences das vítimas do acidente com o vôo nº 1907 da GOL, o Comando da Aeronáutica vem a público prestar os seguintes esclarecimentos:

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1) A operação de resgate da aeronave acidentada, iniciada em 29 de setembro do ano passado, realizada pela Força Aérea Brasileira (FAB) teve como objetivo principal a busca e resgate de sobreviventes. Após a confirmação de que não existiam sobreviventes, os esforços das equipes se concentraram única e exclusivamente na localização dos corpos. Durante 44 dias, sob condições críticas e severas de trabalho, mais de 800 pessoas, de diversos órgãos públicos federais e estaduais, entre militares, policiais e legistas, acompanhados de perto pela imprensa que se deslocou até a Fazenda Jarinã (MT), mobilizaram-se diuturnamente nos trabalhos decorrentes da missão.

2) Os destroços da aeronave estavam espalhados por uma grande região de floresta. Em razão disto, foi impossível isolar toda a área durante a operação de resgate. A mata fechada, os insetos, o calor e o desgaste físico tornaram-se os maiores adversários da operação.

3) Durante os trabalhos, parte da carga transportada na aeronave e alguns pertences das vítimas foram encontrados.

4) Logo na primeira semana, no local dos destroços, os militares encontraram os primeiros grupos de pessoas estranhas à operação, que imediatamente foram orientados e conduzidos para fora da área de busca.

5) Basicamente, as equipes de busca dividiram-se em duas frentes de trabalho: enquanto uma localizava e balizava o local dos corpos, a outra ficava encarregada de colocá-los em recipientes apropriados (sacos de despojos) para o transporte. Um a um, os recipientes foram transportados para as clareiras abertas na mata, seguindo de helicóptero até a base principal da operação e, após, para a Fazenda Jarinã.

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6) Na Fazenda Jarinã, os bens e materiais que eventualmente estavam juntos aos corpos ajudaram os legistas do Instituto Médico Legal (IML) na pré-identificação dos passageiros. Vários foram identificados por meio desses pertences. Esse material acompanhou os corpos transportados nos aviões da FAB, em câmara frigorífica fechada, de Cachimbo para Brasília, de onde, após, seguiam para o IML do Distrito Federal. Mais tarde, o próprio IML encaminhou esse material aos familiares.

7) Quanto aos pertences de maior volume (como malas), à medida que a retirada de corpos já estava avançada, tais pertences começaram a ser transportados para Cachimbo e catalogados por militares da FAB, em conjunto com funcionários da GOL. Inicialmente, os documentos foram manuseados pela Polícia Civil do Mato Grosso, que estava à frente da investigação policial. Das mais de 4 toneladas que embarcaram no vôo, aproximadamente 1,6 tonelada foi encontrada pelas equipes de resgate e entregue à GOL, em Brasília, ao final da operação.

8) Ainda no ano passado, a FAB esclareceu aos familiares que havia localizado e catalogado 1,6 tonelada de pertences no local do acidente, entre carga e bens pessoais.

9) Diante dos fatos recentemente noticiados, onde documentos pessoais de vítimas do acidente teriam sido utilizados em transações diversas, supostamente de forma fraudulenta, a FAB lamenta profundamente o ocorrido e destaca o empenho e o trabalho profissional e anônimo de seus integrantes durante toda a operação. Ressalta também a razão maior do empenho das equipes engajadas na difícil tarefa do resgate: a de atender ao sagrado direito dos familiares encontrarem e prestarem suas justas homenagens aos seus entes queridos. Este foi o trabalho que, com muito esforço e respeito, foi prestado pela Aeronáutica.

Brigadeiro-do-Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez

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Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica"