Um relatório preliminar do comando da Aeronáutica, obtido com exclusividade pelo Jornal Nacional, traz várias normas de segurança de vôo, tendo por base o acidente com o Airbus da TAM, em 17 de julho, no Aeroporto de Congonhas, Zona Sul de São Paulo. O documento foi encaminhado a diversas autoridades do setor aéreo, como a Anac e a Infraero, e à TAM.
Com base nos dados do Airbus A320, de prefixo PR-MBK, que explodiu, o acidente teria sido resultado de perda de controle no solo. Desta forma, os investigadores da comissão da Aeronáutica recomendam à Anac que as pistas de Congonhas sejam consideradas praticáveis apenas quando atenderem aos requisitos de resistência à derrapagem e que testes sejam feitos após o recapeamento. Além disso, a Anac também deve avaliar os pousos e decolagens de aviões muito pesados, como o no caso do airbus da TAM, e dar segurança às operações.
A comissão pedirá à Infraero o início de obras nas pistas de Congonhas para restaurar os padrões de segurança quando o atrito estiver abaixo do previsto. À TAM, recomendará para que enfatize aos seus pilotos o fiel cumprimento da lista de procedimentos nos pousos e decolagens. A caixa-preta de dados do avião mostra que uma das manetes, as alavancas que controlam a aceleração das turbinas, ficou em um posição errada na hora do pouso.
No documento, não foi feita qualquer recomendação para a Airbus, a fabricante do avião, já que este não apresentou qualquer problema.
Caminho a ser seguido
O relatório preliminar foi divulgado a todos os envolvidos na investigação do acidente. O coronel Fernando Camargo, da Aeronáutica, não assina o documento, justamente por este ser apenas uma parte do relatório sobre o maior acidente da aviação brasileira.
Para especialistas, o conteúdo da minuta divulgada evidencia o caminho que será seguido pela investigação. "Quando ela faz recomendações à empresa aérea e faz recomendações à infra-estrutura aeroportuária, os indícios que ela possui são fortes o suficiente para levantar uma possibilidade desses fatores terem sido realmente presentes no acidente. Os fatores de atrito de pista e operação do avião", esclarece Jorge Barros, especialista em segurança de vôo.
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