A CPI do Apagão Aéreo na Câmara foi orientada a evitar a quebra de hierarquia militar na Aeronáutica durante as convocações para depoimentos de integrantes da área. Um representante da Aeronáutica procurou o presidente da CPI, Marcelo Castro (PMDB-PI), nesta segunda-feira (7), para esclarecer os procedimentos de convocação.
Entre os vários requerimentos de convocação já apresentados na CPI, estão os de controladores de vôo militares e o do coronel Rufino Antônio da Silva Ferreira, presidente da comissão criada pela Aeronáutica para investigar a tragédia com o avião da Gol em setembro do ano passado que matou 154 pessoas.
Segundo o presidente da CPI, o brigadeiro Átila Maia, chefe da assessoria parlamentar da Aeronáutica, o procurou nesta segunda e pediu para que qualquer convocação de alguém ligado à área seja primeiramente enviada ao comando da Aeronáutica, que repassará a informação ao depoente.
Castro garantiu que em nenhum momento houve pressão para que não haja convocação de militares na CPI. "Ele apenas quis me alertar sobre a questão da hierarquia. E pediu que qualquer ofício seja enviado ao comandante da Aeronáutica ao invés de enviar direto ao militar convocado. Todos vão ser convocados, o problema é a forma", disse.
Apesar do pedido da Aeronáutica, a secretaria-geral da Câmara informou que não há qualquer regra sobre a convocação de militares para uma CPI.
Ao G1, o brigadeiro confirmou o teor do encontro com o presidente da CPI. "Fui solicitar que todas as convocações fossem feitas atráves do comando da Aeronáutica. O comandante recebe e prepara a visita do convocado à CPI. Todas as convocações serão atendidas", disse. "O único cuidado foi esse, para evitar qualquer problema", afirmou. "E colocamos também todas as instalações da Aeronáutica à disposição da CPI", ressaltou.
Requerimentos
Castro confirmou que pretende pôr em votação nesta terça-feira (8) os requerimentos que pedem informações das apurações feitas pela Aeronáutica e pela Polícia Federal sobre o acidente da Gol e ainda solicita os relatórios realizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os problemas no sistema aéreo brasileiro.
Elemnão descarta votar também nesta terça a convocação de pessoas ligadas ao acidente da Gol, entre elas os próprios controladores de vôo.
O deputado evitou criticar o requerimento que pede a convocação do astronauta brasileiro Marcos Pontes. O pedido foi feito pelo deputado Geraldo Thadeu (PPS-MG). "É surpreendente, de certa forma, inusitado. Mas o deputado deve ter suas justificativas", disse Castro.
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