Campanha eleitoral
Promessa foi motivo de discussão
Durante a campanha eleitoral de 2010, a promessa de Beto Richa (PSDB) de implantar um sistema de resgate aéreo com quatro helicópteros espalhados pelo estado motivou discussões acirradas com seu adversário à época, Osmar Dias (PDT). Em seu programa eleitoral na tevê, Richa disse que haveria recursos no orçamento para implantar o serviço, pois o Paraná gastava R$ 300 milhões do orçamento da saúde para outras finalidades. Osmar criticou a proposta dizendo que as aeronaves teriam "dificuldade de voar em dias de chuva". O tucano replicou. Disse que "helicóptero não é de açúcar" e que a única restrição ao voo seria em relação à visibilidade e não à chuva. (SM)
Uma das promessas do então candidato Beto Richa (PSDB) que mais gerou polêmica durante a campanha para o governo do Paraná, em 2010, não será cumprida pelo menos até a metade do mandato: a criação de um sistema de resgate aéreo, em todas as regiões do estado, com quatro helicópteros exclusivos para transportar pacientes em estado grave.
A promessa de campanha voltou à tona nos últimos dias, após a Copel ter comprado um avião (que será de uso compartilhado com o governador) por R$ 16,9 milhões. Também revelou-se na última semana que o governo tem a intenção de adquirir, ainda em 2012, outros dois aviões e dois helicópteros.
Ainda não há previsão dos modelos nem do investimento. Mas, em princípio, as novas aeronaves serão usadas para o deslocamento do governador e de sua equipe administrativa. A assessoria do governador não soube informar se os novos aviões e helicópteros também poderão ser compartilhados, emergencialmente, para o transporte de pacientes.
Enquanto isso, a Secretaria Estadual de Saúde não tem previsão orçamentária para a compra neste ano dos quatro helicópteros, prometidos na campanha, para resgate aéreo. Tampouco há algum projeto de implantação do sistema sendo desenvolvido. Com isso, o governo deve chegar à metade do mandato sem cumprir a promessa.
Sem os helicópteros exclusivos, a Secretaria de Saúde tem usado, por meio de um convênio com a Casa Militar, as aeronaves que compõem atualmente a frota estadual: seis aviões e quatro helicópteros (três aviões e os quatro helicópteros são da Polícia Militar/Bombeiros). A frota ligada ao sistema de segurança é utilizada em ações de salvamento a vítimas de acidentes em áreas urbanas, rurais e em rodovias; em operações da polícia e da Defesa Civil; e no patrulhamento ambiental e de fronteiras.
A Secretaria da Saúde, sem aeronaves próprias, fica condicionada à disponibilidade das demais aeronaves para transportar pacientes. Mas, segundo a secretaria, todas as vezes em que a pasta requisitou aeronaves 58 ocasiões desde o início do ano até a última sexta-feira conseguiu o empréstimo e transportou pacientes ou órgãos para transplante.
De acordo com o governo, o único avanço programado para este ano é o projeto de construção de helipontos em Londrina, Maringá e Cascavel para servir de base para ações do Programa Paraná Seguro, da Secretaria de Segurança. Esses pontos poderão, no futuro, servir de base também ao sistema de resgate aéreo.
Compreensão
A presidente do Conselho de Secretários Municipais da Saúde, Marina Sidinéia Martins, diz que o transporte aéreo exclusivo para emergências ainda não foi discutido entre o governo e a entidade. Ela afirma, porém, que o convênio com a Casa Militar tem bastado para atender à demanda. "Percebemos um esforço [do governo] e entendemos que é um investimento alto e que, em apenas um ano [de gestão], não é possível fazer tudo."
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