Passageiro passa mal em aeroporto e morre
O passageiro gaúcho Luiz Fernando Ferrari Mosca, 54 anos, morreu, por volta das 6h deste sábado, de infarto agudo do miocárdio, após passar à noite no aeroporto internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
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Os aeroportos do país permanecem com movimentação tranqüila neste domingo, se comparada à manhã de sábado. Infraero informou que, até as 18h20m deste domingo, 20,4% dos vôos programados (1.127 no total) estavam com atraso acima de uma hora, com 1,6% de cancelamento. O percentual é inferior aos 26% registrados pela manhã. O caos foi provocado após os controladores encerrarem a greve, através de um acordo com o governo na sexta-feira. O ministro Franklin Martins, de Comunicação Social, que divulgou a minuta do acordo, informou que os controladores retomaram os trabalhos logo após a assinatura do documento, mas a situação dos aeroportos só deve se normalizar totalmente na terça-feira.
Com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em pleno vôo para Washington e os principais ministros ligados ao setor fora de Brasília, sobrou para o titular do Planejamento, Paulo Bernardo, negociar com os controladores o fim da greve.
Neste domingo, segundo o boletim das 10h20m da Infraero, 121 vôos tiveram atraso de mais de uma hora em todo o país, o que corresponde a 30% dos vôos previstos. Oito foram cancelados. A crise após a greve dos controladores pode antecipar a saída do ministro da Defesa, Waldir Pires.
Pior situação
A pior situação proporcional foi no Aeroporto de Belém, onde 58% dos itinerários estão fora do horário. Mas é em Guarulhos, em São Paulo, onde há o maior número de vôos atrasados no país: 28 no total. Já no Aeroporto de Congonhas, também em São Paulo, foi registrada a maior quantidade de cancelamentos: três vôos.
Segundo a Infraero, nove vôos atrasaram em Brasília e um foi cancelado. Os passageiros, entretanto, reclamam de mais vôos que não saíram nos horários previstos. No Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro 46 dos 59 vôos programados até esta manhã decolaram com atraso entre 30 e 90 minutos e dois foram cancelados, segundo a Infraero.
Mesmo com a situação sob controle na manhã deste domingo, a expectativa da Infraero e que a movimentação nos aeroportos aumente no decorrer do dia, já que muitos vôos cancelados no sábado foram remarcados para este domingo.
'Inferno' na Semana Santa
Os controladores de vôo continuam pressionando o pressionando o governo. O advogado da Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo, Normando Cavalcanti Junior, disse que se o governo descumprir o acordo que fechado poderá haver nova paralisação e "um inferno" na Semana Santa:
- Não há prazo estabelecido. A desmilitarização e o quadro de carreiras devem demorar uns dois meses. Na Semana Santa, as pessoas que forem voar podem ficar tranqüilas, desde que o governo não volte atrás no que foi prometido. Se o governo protelar essa situação, os controladores podem voltar a paralisar suas atividades. Se a partir de terça as promessas não forem colocadas em prática a Semana Santa pode ser um inferno.Controle civil
Segundo a Aeronáutica, o controle do tráfego aéreo deverá ser independente da gestão militar , assumindo a natureza civil. Em nota divulgada neste sábado, os controladores continuarão exercendo suas atividades e um novo órgão será criado para gerir o setor, sendo subordinado ao Ministério da Defesa.
Nos próximos dias deve ser editada uma medida provisória que vai criar o novo órgão, para cuidar exclusivamente do controle de tráfego aéreo. Os controladores serão transferidos para esta área, mas vão continuar sendo militares durante um período, até que seja completada a desmilitarização.
Segundo fontes ligadas à área militar, a mudança obrigará os controladores militares a escolherem entre dois caminhos. Ou pedem baixa e deixam a carreira militar para reingressarem na atividade como civis, via concurso público, ou continuam como militares, mas não usariam farda e aceitariam o comando civil. A segunda possibilidade foi amplamente utilizada na formação dos quadros atuais da criação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que substituiu o Departamento de Aviação Civil (DAC) que era vinculado à Aeronáutica.
A Aeronáutica também perde para a Defesa boa parte dos recursos do Fundo Aeronáutico, que tem R$408 milhões para operação e manutenção de equipamentos.
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