A segunda-feira (25) começa com poucos atrasos e transtornos nos principais aeroportos do país.
No Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, das 45 partidas programadas até as 8h15, seis tiveram atrasos de mais de uma hora. Os passageiros não enfrentam longas filas no check-in.
Em Congonhas, a operação também ocorre normalmente, apesar de um acidente ocorrido na noite de domingo (24). As asas de dois aviões se chocaram na pista. Ninguém ficou ferido.
Em Brasília e em Confins (na região metropolitana de Belo Horizonte), os passageiros não enfrentam dificuldades, segundo a Infraero.
O Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, também opera normalmente. Apesar do mau tempo, as pistas de pouso e decolagens estão liberadas. No aeroporto Santos Dumont, também na Capital fluminense, a situação é tranqüila.
Crise aéreaA situação desta segunda-feira é bem diferente da registrada na semana passada. A crise aérea do país já dura nove meses. O novo capítulo começou na tarde de terça-feira (19), com uma suposta operação-padrão dos controladores de vôo do centro de controle de tráfego aéreo de Brasília, o Cindacta-1. Eles teriam feito um protesto contra a decisão da Aeronáutica de prorrogar as investigações do motim realizado em 30 de março, quando todas as decolagens do país foram suspensas.
O clima de tensão entre controladores e Aeronáutica piorou depois que foi anunciada a prisão administrativa do presidente da Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo (Febracta), Carlos Henrique Trifilio Moreira da Silva, na noite de quarta-feira (20). Ele foi punido pela Aeronáutica por declarações dadas a uma revista. Na sexta-feira (22), foi decretada a detenção de Moisés Gomes de Almeida, vice-presidente da Febracta, por uma entrevista concedida à Rádio CBN.
Durante a semana, foram anunciadas também panes no sistema do Cindacta-1. Muitos vôos atrasaram em todo o país entre terça-feira e sábado. Passageiros tiveram que dormir no saguão dos aeroportos e esperar horas pelo embarque.
AfastamentoPara o governo, os controladores de vôo são o problema. Depois de receber do presidente Lula a ordem para jogar duro com a categoria, na sexta-feira, o comandante da Aeronáutica afastou 14 sargentos controladores do Cindacta-1, a quem chamou de "lideranças negativas". A medida fez parte de um pacote de emergência para normalizar a situação dos aeroportos.
O índice de atrasos caiu durante o fim de semana. O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirma que o movimento deve continuar tranqüilo, mesmo com o habitual aumento no número de passageiros e de vôos nos dias úteis. "A origem dos problemas (atrasos e cancelamentos) foi controlada. Então, acredito que a situação vai permanecer estável", disse ele ao G1, referindo-se ao afastamento dos controladores do Cindacta-1.
Pereira admitiu, porém, que "a crise não foi completamente resolvida". "Temos que aprender a lição", disse.
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