Funcionários da Infraero do aeroporto de Guarulhos decidiram em assembléia que até a 0h da próxima terça-feira (6) não cumprirão horas extras. "É uma operação padrão. O quadro de funcionários não dá conta", diz o diretor do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, Francisco Lemos. Para o sindicalista, a decisão pode prejudicar as operações no aeroporto.
O sindicato argumenta que a Infraero descumpriu acordo assinado em julho passado pela adminsitração do ex-presidente José Carlos Pereira. "Agora eles dizem que não vão pagar para a categoria os dois padrões de promoção. A quem interessa jogar a Infraero no olho do furacão?", reage. Segundo ele, isso equivaleria a aumento salarial de 6,5% a partir de outubro.
A decisão foi tomada em assembléia na manhã desta quarta-feira (31) que reuniu, segundo o sindicato, cerca de 500 trabalhadores em Cumbica. Entre as 8h30 e 9h30, o terminal 1 do areoporto teve longas filas, porque funcionários responsáveis pelo raio-x no embarque participaram da assembléia. Dos 12 equipamentos do aeroporto, somente quatro operaram no período.
A assessoria de imprensa da Infraero aguarda ser notificada sobre a decisão da assembléia para se posicionar.
O diretor do sindicato diz que as áreas de segurança e operação são as que mais cumprem horas extras em razão de um quadro de funcionários enxuto. A categoria aguarda agora um posicionamento da direção da Infraero para possivelmente pôr fim à operação padrão. Outros aeroportos podem aderir ao estado de greve. O sindicato deve realizar assembléias para discutir a questão nos aeroportos de Congonhas, Viracopos e Galeão.
Francisco Lemos não descarta que a situação possa vir a prejudicar as operações dos aeroportos brasileiros às vésperas do feriado da Proclamação da República, no dia 15 de novembro.
O Sindicato Nacional dos Aeroportuários representa 10,5 mil funcionários da Infraero em todo o Brasil. Em Cumbica, há cerca de 1,8 mil trabalhadores nas áreas de operação e administração.
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