A decisão judicial afastando o vereador Eloir Valença (PHS) da Câmara de Londrina pela suspeita de envolvimento no esquema do mensalão na administração municipal deve ser lida hoje, no plenário da Casa. A partir disso, o primeiro suplente da chapa de vereadores do PT (partido pelo qual Valença foi eleito), Lourival Germano, será convocado. A posse dele deve acontecer na sessão de quinta-feira.
A Comissão de Ética da Câmara também dará hoje o primeiro passo para apurar as suspeitas de pagamento de propina a vereadores em troca de apoio em votações importantes para o prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT). Segundo o inquérito do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Barbosa Neto não está envolvido diretamente com o esquema do mensalão de Londrina, mas se beneficiava dele.
De acordo com a assessoria da Câmara de Vereadores, será feito um pedido à 3.ª Vara Criminal para que sejam enviadas cópias de todos os documentos que constam do inquérito policial do Gaeco, além da transcrição de todos os diálogos que indicam a tentativa de compra de votos na Casa. As investigações levaram à prisão de Eloir Valença, que já foi solto.
Correlação de forças
Com a eminente convocação de Lourival Germano, a oposição poderá finalmente contar com 13 votos na Câmara de Londrina, o que seria suficiente para cassar o mandato de Barbosa Neto, por exemplo. A cassação pode ser uma das medidas sugeridas na Comissão Processante (CP) da Centronic, que vai investigar se recursos da prefeitura foram usados para pagar o salário de vigias que atuavam na Rádio Brasil Sul AM, de Barbosa Neto.
O vereador Rony Alves (PTB) pondera que é cedo para a oposição comemorar, pois a defesa de Eloir Valença vai entrar no Tribunal de Justiça para tentar revogar a liminar que o afastou do cargo. O líder do prefeito, Jairo Tamura (PSB), não quis comentar o novo cenário. Disse apenas que espera que as investigações sejam feitas "com transparência" e que "todos acompanhem o processo com lisura e respeitando o devido processo legal".
Comissão
O prefeito foi notificado pela CP ontem. Barbosa tem dez dias corridos para apresentar a sua defesa por escrito. Ele poderá indicar cinco testemunhas de defesa.
A CP deve se reunir às segundas-feiras, sempre às 15 horas. Na próxima semana serão definidos os nomes e as datas dos primeiros depoimentos. A expectativa é que no dia 21 de maio seja analisada a defesa do prefeito.
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